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Após semanas de baixa, o mercado da soja ensaiou uma recuperação, puxado por fatores técnicos e pela demanda firme da China, mesmo em meio à guerra comercial. Já o milho segue pressionado pela colheita da segunda safra, que avança rapidamente e eleva a oferta no mercado interno. É o que aponta a Análise do Especialista Grão Direto desta segunda-feira (21/7). Confira:
Soja reage após mínima de três meses: após atingir mínima em três meses, os preços da soja encontraram suporte técnico e engrenaram forte movimento de alta, revertendo a tendência de baixa observada nas semanas anteriores e reacendendo o apetite dos fundos.
Demanda chinesa sustenta Chicago, apesar do cenário pressionado: mesmo com embarques semanais em queda nos EUA por conta da guerra comercial, a demanda firme da China ajudou a dar suporte aos contratos futuros de soja em Chicago. No entanto, os preços em reais para a nova safra seguem abaixo dos níveis do ano passado.
Dólar segue volátil em meio a tensões comerciais: a moeda americana oscilou ao longo da semana, influenciada pelas incertezas envolvendo as tarifas anunciadas pelos EUA e a tentativa do Brasil de adiar retaliações. O resultado foi um câmbio marcado pelo sobe e desce constante.
Em Chicago, o contrato de soja para agosto de 2025 encerrou a US$ 10,27 por bushel, com alta de 2,29% na semana. O contrato para março de 2026 também subiu, fechando a US$ 10,65 por bushel, uma valorização de 2,6%. O dólar avançou 0,72%, encerrando a semana cotado a R$ 5,59. Esses movimentos positivos favoreceram o aumento da soja no mercado físico, com ganhos nos preços ao longo da semana.
Exportações brasileiras: as exportações brasileiras de soja deram um salto em julho/25. A previsão é de embarques entre 11,2 e 13,1 milhões de toneladas, bem acima das 9,59 milhões do mesmo mês em 2024. A demanda externa está forte, puxada principalmente pela China, nosso principal comprador, e isso ajuda a dar sustentação nos preços. Com isso, muitas regiões tiveram boas oportunidades de venda, e esse ritmo deve continuar até a chegada da safra americana.
Safra 25/26: consultorias já projetam um aumento de 1 milhão de hectares na área de soja no Brasil para a próxima safra. Se confirmado, isso pode levar a uma produção entre 175 e 180 milhões de toneladas. Esse crescimento reforça um cenário de muita oferta no mercado global, o que pode acabar pressionando os preços mais à frente. Esse movimento vem muito da necessidade do produtor de buscar escala para compensar margens mais apertadas, ou seja, com os custos altos e o preço da soja mais travado, a saída tem sido plantar mais para manter a rentabilidade. O ponto de atenção é que esse aumento de área, somado a uma safra cheia nos Estados Unidos, pode deixar o mercado ainda mais pressionado na safra 25/26 por aqui.
Mercado segue pressionado e exige atenção nas vendas: estamos quase na entrada da safra norte-americana e já existem perspectivas de aumento de área plantada no Brasil para a próxima temporada. Esse cenário pressiona os preços, tanto no mercado disponível quanto nos contratos futuros.
Colheita avança e pressiona preços: a colheita da segunda safra de milho passou de 50%, embora siga abaixo da média histórica. A entrada do grão no mercado mantém a pressão vendedora, com prêmios enfraquecidos e compradores aproveitando para recompor estoques a preços mais baixos.
Safra volumosa e clima seco sustentam oferta: tanto no Brasil quanto nos EUA, o avanço das lavouras em boas condições, favorecidas pelo clima seco, reforçou a expectativa de oferta elevada. Mesmo com alguma valorização pontual nos futuros, o cenário segue limitado por fundamentos de excesso de oferta.
Logística e etanol movimentam o mercado regional: o aumento da demanda por frete com o avanço da colheita elevou os custos logísticos em algumas regiões. Em paralelo, o anúncio de um investimento bilionário em nova usina de etanol em Rio Verde (GO) pode alterar a dinâmica de demanda pelo cereal no médio prazo.
Em Chicago, o contrato de milho para setembro de 2025 encerrou a US$ 4,09 por bushel, com alta de 3,28% na semana. Na B3, o contrato com vencimento em setembro de 2025 também avançou, fechando a R$ 65,45 por saca, uma valorização de 2,43%. Apesar das altas, o mercado físico foi marcado por movimentos mistos na semana, com regiões fechando em alta e outras em baixa.
Colheita milho 2º: a colheita da segunda safra avança rápido no Mato Grosso, que já colheu mais de 77% da área, com uma produtividade muito boa, mesmo com o atraso em relação ao ano passado. Esse volume maior chegando agora ao mercado aumenta a pressão sobre os preços. Além disso, o custo de frete está alto por conta dos gargalos logísticos, o que acaba derrubando os prêmios pagos no interior.
Exportações: as exportações de milho deram uma freada em julho/25. A estimativa é de 4,59 milhões de toneladas embarcadas, um pouco abaixo do que foi em julho/24. Isso mostra uma perda de competitividade do milho brasileiro no mercado global, com o cereal dos EUA sendo negociado a preços mais atrativos. Por isso, os compradores estão pisando no freio e comprando só o necessário, esperando a entrada da nova safra americana.
Clima: o tempo firme no Centro-Sul do Brasil tem ajudado a acelerar a colheita do milho segunda safra e deve seguir assim até o fim de julho. Por outro lado, essa falta de chuva já começa a preocupar para o início da próxima safra, especialmente em regiões que dependem da umidade no solo para o plantio.
Com o avanço da colheita e a pressão logística sobre o escoamento do grão, dificilmente o mercado verá altas relevantes no curto prazo. A tendência continua sendo de baixa para a próxima semana.
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