Praga da mosca-das-frutas é tema de debate em Vacaria/RS

24.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Giovani Capra

A Embrapa Uva e Vinho, por meio da Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado (EFCT), de Vacaria, promove na próxima quarta-feira, dia 30, evento sobre uma das mais prejudiciais pragas à fruticultura no país. Trata-se do 1º Workshop sobre manejo de mosca-das-frutas, que acontece no Centro de Eventos Bortolon, na rua Ramiro Barcelos, 471, centro de Vacaria/RS.

O evento apresentará um abrangente panorama internacional e os desafios para o controle da praga, que pode gerar até 100% de perdas em culturas como maçã, pera, pêssego, ameixa, uva, laranja e outras frutas domésticas e nativas. Nesse sentido, estão previstas palestras de pesquisadores da Áustria, do México e da Argentina, no turno da tarde. Pela manhã, será amplamente detalhada a situação do controle do inseto no Sul do Brasil, com ênfase aos casos das culturas de maçã (inclusive com a abordagem de problemas para a exportação decorrentes do ataque da mosca), pequenas frutas (amora e framboesa, especificamente) e pêssego.

A expectativa de público para o evento é de 200 pessoas, entre produtores, engenheiros agrônomos e técnicos vinculados ao setor frutícola, professores e estudantes de agronomia. O custo das inscrições varia de R$ 15,00 a R$ 60,00 (mais informações em

).

Contexto – No Sul do Brasil, as culturas da maçã, pêssego, ameixa, uva, laranja e as pequenas frutas são as mais afetadas pela mosca-das-frutas, observa o coordenador do Workshop, pesquisador da EFCT Adalécio Kovaleski. No contexto da problemática representada pelo inseto, a União Europeia tem estabelecidos níveis muito reduzidos de resíduos, nas frutas destinadas aos países-membros dela, dos produtos tradicionalmente utilizados para controle da praga, no caso, os inseticidas fosforados, anota ele. “Hoje ainda é possível manejar a praga, mas a previsão é de que nos próximos três ou cinco anos não será mais permitida a utilização de fosforados na maçã, o que torna urgente a busca de alternativas compatíveis com os mercados internacional e brasileiro e o meio ambiente”, ressalta o pesquisador.

No momento, o controle biológico e a aplicação da técnica do inseto estéril despontam como soluções principais no combate à mosca, com importantes resultados para outras espécies de mosca presentes no cultivo de manga e mamão, no México, Guatemala, Peru e outros países, aponta Kovaleski. A propósito, o tema de pós-doutorado dele, feito de abril de 2010 a junho de 2011, no Laboratório de Entomologia da Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena e Seibersdorf, na Áustria, foi a estruturação, na região Sul do Brasil e no norte da Argentina, de um programa baseado na técnica do inseto estéril. O fundamento de tal técnica é a criação massiva de insetos em condições de laboratório, sua esterilização e a liberação dos insetos estéreis, que irão competir com os da natureza, reduzindo assim, gradativamente, a população da praga.

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