Políticas públicas para a agricultura familiar foram apresentadas em seminário de Santa Rosa

Centenas de produtores participaram do 1º Seminário da Agricultura Familiar de Santa Rosa do Tocantins realizado neste último sábado (09), no Ginásio de Esportes da cidade. O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, juntamente com o Governo Federal tem buscado promover o desenvolvimento rural sustentável, a partir de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do setor, fazendo surgir novas oportunidades para as famílias agricultoras de garantir a soberania alimentar e o desenvolvimento sustentável.

Para o secretário executivo da Seagro, Ruiter Padua, a parceria com a Prefeitura Municipal de Santa Rosa tem o objetivo de repassar informações sobre as ações desenvolvidas para agricultura familiar no Estado. Segundo Padua, a maior dificuldade é levar conhecimento ao produtor, por isso destacou a importância da realização de eventos como este. “É uma oportunidade para os produtores conhecerem estratégias para a sustentabilidade dos sistemas de produção e geração de renda e agregação de valor”, reforçou.

O Secretário Executivo destacou, ainda, os programas e projetos executados pela Seagro especificamente para o setor, como o programa de plantio de seringueiras, plantio de grãos para biodiesel, reaproveitamento de biomassa, fruticultura de espécie nativas do cerrado, melhoramento genético em matrizes bovinas para a produção de leite, entre outros.

A heveicultura foi apresentada aos participantes do seminário pelo engenheiro agrônomo da Seagro, Carlos Gomes Paixão, que mostrou o potencial da cultura e o mercado crescente em todo o país. Segundo ele, o Brasil produz somente 30% do consumo nacional, exportando da Ásia cerca 70% da borracha utilizada. “A venda do látex é feita de forma fácil e muito simples. As indústrias trabalham com o recolhimento nas propriedades, sejam para pequenas, médias ou grandes quantidades”, contou o agrônomo, acrescentando que devido a grande demanda pelo produto não faltam empresas interessadas na aquisição e que a produção gera receita em 10 meses por ano.

O agrônomo apresentou também as formas de financiamento especialmente para o setor e que o produtor interessado em investir em seringueira tem duas boas opções de financiamento. “O Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Floresta, que disponibiliza até R$ 35 mil e ainda o Eco Seringueira (solicitação da Seagro ao Governo Federal), que oferece até R$ 80 mil, e com prazo de até sete anos para começar a pagar”, argumentou Paixão.

Atualmente, o Tocantins possui uma área de 1.840 hectares de seringueiras plantadas e emprega cerca de seis mil pessoas diretamente. Ampliando essa área para aproximadamente 12 mil hectares até 2017, serão gerados mais de 62 mil empregos diretos.

Para incentivar a produção leiteira no Estado, o médico veterinário e coordenador de Desenvolvimento Animal da Seagro, Claudio Sayão Lobato, falou sobre o programa de Melhoramento Genético de IATF – Inseminação Artificial em Tempo Fixo. “É uma ferramenta de tecnologia para a propriedade, com animais selecionados geneticamente, cresce a produção, principalmente, a leiteira, gerando assim mais renda ao homem do campo”, explicou.

Lobato falou ainda sobre os procedimentos para o produtor que tenha interesse em participar do programa deve seguir. “O primeiro passo é procurar a Seagro para que os técnicos possam verificar a viabilidade da propriedade, como estrutura mínima de contenção animal, atestado negativo para Brucelose, vacinação obrigatória contra Febre Aftosa e a disponibilidade da propriedade para visitas técnicas e divulgação”.

O coordenador explicou, ainda, que durante o programa o pecuarista deve fazer a mineralização, identificação e manutenção dos animais em bom estado corporal e nutricional, receber assistência técnica, elaborar o planejamento nutricional dos animais e comunicar os nascimentos à Seagro e ao Ruraltins – Instituto Rural do Tocantins.

Além da Prefeitura e Seagro, participaram representantes do Ruraltins, Incra, Embrapa, Agência Tocantinense de Saneamento, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Banco do Brasil e Banco da Amazônia. Como participantes além dos produtores, alunos da escola agrícola de Natividade, prefeitos e secretários de municípios circunvizinhos a Santa Rosa.

Na programação do seminário foram abordados ainda temas como, linhas de créditos, aquicultura, licenciamento ambiental, compra direta, Selo Combustível Social, entre outros relacionados à agricultura familiar.