Plantio da safra 2014/2015 termina em Mato Grosso

17.12.2014 | 21:59 (UTC -3)

Após algumas dificuldades no início do plantio, por conta da irregularidade das chuvas em Mato Grosso, a semeadura da safra 2014/2015 da soja atingiu 100% no final da última semana, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

As precipitações retomaram a normalidade e o agricultor mato-grossense conseguiu recuperar o ritmo e plantar na janela ideal para o bom desenvolvimento do grão, segundo avaliação da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

O informe do Imea aponta ligeiro atraso em relação à safra passada, quando o plantio encerrou no dia cinco de dezembro. De acordo com o diretor Administrativo e Financeiro da Famato, Nelson Piccoli, com a regularidade das chuvas, muitos produtores fizeram dois turnos para garantir a semeadura em tempo ideal.

– O produtor mato-grossense é muito técnico e, apesar dos percalços do tempo no início do plantio, conseguiu ganhar ritmo – diz Piccoli.

O diretor da Famato pontua ainda, que o mês de novembro registrou alta nas vendas futuras da soja, com 2,5 milhões de toneladas do grão negociadas, elevando a comercialização da safra 2014/2015 para 34%.

– Havia uma perspectiva de que nós teríamos um ano complicado do ponto de vista econômico, em razão de que a soja teve um período de preços muito baixos e as previsões apontavam que este cenário se manteria. Isso acabou não se confirmando e o clima não favorável no início da safra contribuiu para que houvesse um alinhamento e uma melhora nos preços, além de outros fatores externos e internos como a valorização do dólar – afirma Piccoli.

O atraso no plantio da soja, apesar de superado, ainda pode influenciar a segunda safra de milho em Mato Grosso. No primeiro levantamento do ciclo 2014/2015, divulgado no início de dezembro pelo Imea, a projeção aponta redução de 12,18% na área em relação à safra 2013/2014, que deve sair de 3,2 milhões de hectares na safra passada para 2,8 milhões de hectares no próximo ciclo.

– Os baixos volumes de chuvas no final de setembro e início de outubro, que ocasionaram atraso na semeadura de soja podem impactar sobre a janela ideal de semeadura do milho e causar redução na produtividade – destaca o gestor do Imea Ângelo Ozelame.

Helicoverpa

Segundo Piccoli, neste ano os produtores se prepararam bem no controle e prevenção contra as lagartas, como a Helicoverpa armigera, e as lavouras do Estado não apresentam grande incidência de pragas.

– O produtor de Mato Grosso absorveu todas as orientações técnicas que foram passadas no ano passado e tem feito os procedimentos corretos no momento certo. O resultado está sendo muito positivo, é claro que há casos pontuais de focos, mas sob controle e sem grandes problemas – finaliza Piccoli.

Projeção

Com o fim da semeadura da soja em Mato Grosso, as atenções neste momento voltam-se para o desenvolvimento das lavouras. A partir da data de semeadura e do ciclo utilizado nas sementes (precoce, normal e tardio), foi possível projetar o percentual que poderá ser colhido semanalmente. Acredita-se que apenas 5,9% da área total estará colhida até o fim de janeiro, ficando abaixo da média dos últimos cinco anos.

O pico da colheita é projetado entre a segunda quinzena de fevereiro e a primeira semana de março, acumulando 66% de colheita neste período, conforme pesquisa do Imea. Porém, há previsão da Somar Meteorologia de chuvas acima da média em muitos municípios do Estado neste período.

Assim, a definição da produtividade desta safra deve ficar para os últimos dias, pois o clima poderá trazer reflexos positivos, mas também pode atrapalhar o ritmo da colheita, possibilitando perdas na produtividade com o excesso de chuvas.

Preços

Na última semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) publicou o seu último relatório de oferta e demanda do ano, com os números conservadores ficando dentro das expectativas do mercado. O órgão manteve a mesma produção do relatório de novembro para os três principais países produtores do grão: Estados Unidos, Brasil e Argentina. A leve baixa nos estoques finais, ocasionada pelo pequeno incremento na demanda, reduziu timidamente a relação estoque/consumo.

Apesar disso, os fundamentos no longo prazo continuam os mesmos e, por isso, caso não haja imprevistos, a tendência segue baixista para os preços em 2015. No entanto, no curto prazo o mercado reage em função da demanda e do capital especulativo, de forma que, quando os fundos de investimentos estão comprando, as cotações apresentam valorização, e quando vendendo, desvalorização. O Imea ressalta que, apesar das altas diárias registradas nos últimos dias, os preços, que estão próximos a US$ 10,00/bushel, ainda são baixos.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro