Pinhão-manso se destaca como matéria-prima na produção do combustível verde

Nem só de soja e mamona vive o biodiesel. Outras oleaginosas, como o pinhão-manso está se destacando como matéria-prima na produção do combustível verde por apresentar um potencial extraordinário e produzir combustível renovável não poluente. O pinhão, que é da família da mamona, se adapta facilmente ao terreno, em especial os com dificuldades de irrigação e não requer muita mão de obra.

A planta leva vantagem sobre as outras oleaginosas: evita o desmatamento, contribui com a biodiversidade e, além disso, é a única com ciclo produtivo que se estende por mais de 40 anos. O diretor da Nòvabra Energia, Pedro Burnier, explica que o agricultor não terá de plantar novamente a cultura por mais de quatro décadas, o que se reflete no custo de produção que é reduzido. Além disso, o pinhão-manso se adapta muito bem a solos com pouca fertilidade, atingindo teor de óleo entre 30 a 40%.

Não basta apenas plantar, tirar da terra o seu sustento. Tem que ter consciência ambiental. E a cultura do pinhão-manso é ecologicamente correta, pois ela contribui para a redução de emissão de gases quando comparado com combustíveis fosseis: o óleo dele possui propriedades físicas e químicas que o torna ideal para combustão e para uma grande variedade de energia.

Além de todos estes benefícios para o meio ambiente, o combustível verde está sendo, ainda, responsável pelo incremento da renda de agricultores familiares capixabas e mineiros. No Espírito Santo, o cultivo do pinhão-manso já ocupa 1.200 hectares através de programa de fomento onde 480 agricultores familiares participam. De acordo com Pedro Burnier, a meta da Nòvabra é que esse número chegue a 5.000 participantes em 25 municípios da região norte e noroeste do Espírito Santo além do Leste de Minas.

Óleo do pinhão-manso foi testado com sucesso na Air New Zealand e Boeing na ocasião, usou 48% de óleo de pinhão – bioquerosene) e obteve redução de 60 a 65% de emissores de gases (CO2). Já o estudo desenvolvido por Ecofys, empresa especialista em consultoria em energia renovável, mostra que o biodiesel feito de óleo de Pinhão reduz em aproximadamente 70% da emissão de gases quando comparado ao biodiesel convencional (petróleo). No ano passado, a Toyota anunciou planos para produção de pinhão e produção de biodiesel.