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O Rio Grande do Sul tem no clima um aliado para a produção de frutas de caroço, como o pêssego. Hoje, o Estado conta com 13 mil hectares cultivados e uma produção estimada em 130 mil toneladas, tanto de mesa como para a indústria. No inverno, as fruteiras estão em dormência, período apropriado para o desenvolvimento de algumas técnicas de manejo visando à próxima safra. No pessegueiro, a poda é imprescindível para garantir uma boa colheita e frutos de valor comercial maior, devendo começar a ser feita ainda no mês de junho.
O pessegueiro, como diversas outras espécies, requer a poda para equilibrar o crescimento da planta e manter uma relação adequada entre o tamanho da copa e o volume de produção. “Em princípio, quanto mais reduzirmos os pontos de brotação, maior será o vigor que obteremos no próximo ciclo vegetativo e maiores serão os frutos produzidos. Como não é apenas o tamanho que define o preço e a renda da safra, o segredo é saber qual o ponto de equilíbrio para se obter ótimos frutos e bons rendimentos”, avalia o assistente técnico estadual em fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antonio Conte.
Abrir a copa das plantas com a poda, favorecendo a entrada de luz e a circulação de ar, vai garantir frutos com boa coloração, boa sanidade, elevados teores de açúcares, o que é desejado tanto para frutos de mesa quanto para a indústria. Além disso, a maioria das doenças fúngicas, nas fruteiras, se desenvolve com maior intensidade quando a planta fica mais tempo molhada. A poda bem feita vai favorecer o secamento mais rápido da copa das plantas e, com isto, diminuir a incidência de doenças.
Cada variedade de pêssego tem diferentes hábitos de floração e, conseqüentemente, formas de poda específicas para se obter boas produções. Tradicionalmente, fala-se em trêsdiferentes tipos de poda para o pessegueiro: de formação, de frutificação e a poda verde e raleio de frutos
A poda de formação é realizada em pomares novos para dar o formato desejado à planta, que pode ser de taça, em “Y” ou em “V”, e ainda há o meio cone invertido. O corte é feito nos galhos principais da planta a uma altura entre 35cm e 40cm do chão, facilitando o manuseio da mesma no futuro. Nessa altura, localizam-se os galhos primários que darão o formato definitivo da copa.
É a escolha dos melhores galhos, mais bem posicionados na planta e em quantidade para garantir produção suficiente. Esta poda também visa diminuir o trabalho de poda verde e o raleio de frutos. Ela deve ser feita em período bastante curto e requer muita mão de obra.
A poda de frutificação é feita desde o início da floração e se estende até o final da mesma. Segundo o técnico, a prática não pode ser muito antecipada senão induz a planta a iniciar a brotação, o que a tornará mais sensível a possíveis geadas tardias.
Esta poda visa, também, à retirada de ramos afetados por pragas e doenças remanescentes do ciclo anterior. Galhos secos são prováveis focos de dispersão de doenças, como a podridão parda do pêssego, assim como múmias de frutos que ficaram da safra anterior. “Tanto estes galhos como estes frutos deveriam ter sido retirados nas podas verdes anteriores, mas se não o foram devem ser eliminados na poda de inverno”.
O pessegueiro tem grande capacidade de brotação e, dependendo de seu vigor, necessita de até três intervenções de poda verde para que a copa fique bem arejada e permita uma boa entrada de luz. A qualidade de galhos produtores para a safra do ciclo seguinte vai depender muito da poda verde realizada no ciclo em andamento.
A adubação equilibrada e a poda verde bem executada são fundamentais para garantir a sanidade do pomar. É nesta poda que se retira do pomar todos aqueles brotos e galhos que morreram por podridão parda, bem como aqueles frutos que apodreceram e ficam fixos na planta. Os galhos com sintomas de cancros e gomose também devem ser eliminados ou manejados caso a caso. “A manutenção da copa aberta é uma garantia de sanidade da planta”, reforça Antonio Conte.
O raleio de frutos deve ser feito imediatamente após a queda natural dos mesmos. Os que estão na planta terão um diâmetro aproximado de um a dois centímetros e começaram a endurecer o caroço. Este é o momento ideal do raleio, que deve ser ajustado de acordo com a mão de obra disponível e o tipo de fruta que o mercado exige. A falta de raleio levará à produção de frutos de tamanho muito pequeno e sem valor comercial quando se destinam ao consumo de mesa. “Para fins industriais, às vezes são comprados, mas o preço é bem mais baixo”.
Para o assistente técnico estadual em fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antonio Conte, no cultivo do pessegueiro as práticas de poda são fundamentais para se ter sucesso na atividade. “Por isso, se o produtor tiver dúvidas, é importante buscar assistência técnica para ter mais orientação. Mesmo que se tenha cometido erros nos ciclos anteriores, a versatilidade desta cultura permite algumas correções e a obtenção de bons resultados”, reforça Conte.
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