Pesquisadores internacionais confirmam participação em congresso de banana

28.04.2015 | 20:59 (UTC -3)

O município de Corupá (SC) vai sediar, em agosto, dois importantes eventos internacionais relacionados à bananicultura. O primeiro, que vai acontecer de 18 a 20, será o III Congresso Latino-Americano e do Caribe de Bananas e Plátanos, que tem por tema central “Musáceas no subtrópico: desafios e oportunidades frente à variabilidade climática”. Já nos dias 21 e 22, será a vez da XI Reunião do Comitê Gestor da Musalac.

Ambos serão no Seminário Sagrado Coração de Jesus, com capacidade para 450 pessoas. A programação do congresso — voltado para produtores, técnicos, extensionistas, pesquisadores, estudantes e público geral envolvido no setor — abrange, ao todo, 27 palestras, e, pela primeira vez, foram convidados pesquisadores de fora da região da América Latina e Caribe. Sistemas de produção, Ecofisiologia, solo e clima e Estratégias de manejo de pragas e doenças são os principais assuntos em discussão.

“Pelo fato de o tema central ser banana no subtrópico, achamos conveniente contar com pesquisadores de outras regiões que convivem com essa realidade, como é o caso da Austrália. Adicionalmente, o assunto do mal-do-Panamá nos levou a convidar Gert Kema, da Holanda, que, além de ser um grande colaborador da Embrapa, lidera um amplo programa de pesquisa dessa doença, especificamente com a raça 4 tropical, ainda não identificada no Brasil”, conta o pesquisador Miguel Dita, secretário-executivo do evento e da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento de Banana e Plátano para América Latina e Caribe (Musalac). Os eventos estão sob a organização da Embrapa Mandioca Fruticultura (Cruz das Almas, BA) — Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento —, Musalac, Bioversity Internacional, Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco), Prefeitura Municipal de Corupá e Instituto Agronômico (IAC).

Objetivos

Segundo Miguel, são dois eventos interligados, mas com objetivos bem específicos. “O congresso busca oferecer um espaço de alto nível para apresentar e discutir temas de relevância com o setor produtivo e acadêmico. Já a reunião visa agregar os países membros da rede para discutir temas de interesse regional, como

mudanças climáticas, mal-do-Panamá, entre outros, além de revisar as agendas e avanços de pesquisa com bananeira em cada um dos países.” Ele informa ainda que nesta edição houve mudança na forma em que são preparadas as palestras.

“Normalmente, um só pesquisador recebe o convite para proferir determinado tema. Agora, convidamos colegas de diferentes países ou instituições a juntar esforços em função de um tema. Dessa maneira, muitos temas serão preparados e, em alguns casos, apresentados por mais de um pesquisador. Acreditamos que, assim, além de sermos mais inclusivos, favorecemos a integração de pessoas e instituições.”

Essa é a primeira vez que o Brasil recebe a reunião da Musalac, criada em 1986. “Ao contrário do congresso, a reunião da Musalac não é aberta ao público em geral, apenas para membros da rede”, acrescenta o pesquisador Edson Amorim, também secretário-executivo do comitê organizador do evento e coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Bananeira da Embrapa.

A escolha da Embrapa Mandioca e Fruticultura para organizar os eventos foi uma consequência natural da presidência e organização bem-sucedidas do Simpósio Internacional ISHS/ProMusa “Bananas e Plátanos – Produção Global Sustentável e Usos Alternativos”, realizado em 2011 em Salvador (BA). Já o município de Corupá foi escolhido porque produz uma banana diferenciada em sabor e baseia-se na agricultura

familiar. A banana é a principal fonte de renda da região (aproximadamente 600 famílias dependem diretamente da cultura).

Dia de campo

Para finalizar o congresso, haverá um dia de campo em uma propriedade privada da região. Os participantes serão divididos em três grupos. Cada um vai percorrer três estações localizadas em diferentes lugares da propriedade, onde serão discutidos

aspectos práticos sobre murcha por fusariose; pragas e doenças, com ênfase no moleque-da-bananeira e sigatokas; e práticas de manejo do cultivo: solo, nutrição e água.

“Os participantes terão a oportunidade de receber informações práticas por equipes altamente conceituadas e prontas para compartilhar conhecimentos”, afirma Miguel. O folder dos eventos está disponível em https://www.embrapa.br/documents/1355135/0/Folder+Musalac/32dd4612-988e-4040-95ea-f883c26656e6

Envio de trabalhos

O prazo para envio de trabalhos termina no dia 14 de junho. Mais detalhes sobre inscrição, envio de resumos e formatos de pôsteres em http://banana-networks.org/musalac/2015/02/16/reunion-musalac-y-congreso/

Programação

1º dia – 18 de agosto

? 7h às 9h – Inscrições.

? 9h às 9h30 – Abertura – Autoridades de Corupá, Santa Catarina e representantes de instituições do Comitê Organizador.

Seção A: Sistemas de produção e mercado

Moderadores: Luiz Litchemberg /Thierry Lescot

? 9h30 às 10h15 – Conferência de abertura: “Sistemas de produção em musáceas no subtrópico: desafios e oportunidades frente à mudança climática” – Luiz Litchemberg e Márcio Sônego, Epagri, Brasil.

? 10h15 às 10h30 – Intervalo.

? 10h30 às 11h – “Bananas na Argentina: passado, presente e futuro”. María Julia Fagiani e Arnaldo Tapia, Inta, Argentina.

? 11h às 11h30 – “Pesquisa com bananas no Brasil: uma análise retrospectiva com visão de futuro” – Zilton Cordeiro e Domingo Haroldo Reinhardt, Embrapa, Brasil.

? 11h30 às 12h – “Panorama geral do mercado de banana no Brasil” – Orivaldo Dan, Tropsabor, Brasil.

? 12h às 13h30 – Almoço e visita aos estandes e pôsteres.

? 13h30 às 14h – “Impacto de eventos climáticos extremos sobre a produção de bananas na Costa Rica” – Jorge Sandoval, Corbana, Costa Rica.

? 14h às 14h30 – “Banana e plátano nos sistemas de produção não convencionais: aspectos a considerar em busca da sustentabilidade na América Latina e Caribe”

– Charles Staver, Bioversity International, França; e Marcelo Romano, Embrapa, Brasil.

? 14h30 às 15h30 – “Opções de variedades e estratégias de melhoramento das musáceas em função dos sistemas de produção” – Edson Amorim, Embrapa, Brasil; e Sebastião Oliveira Silva, UFRB, Brasil.

? 15h30 às 15h45 – Intervalo.

? 15h45 às 16h15 – “Avaliação de variedades de banana no subtrópico da Austrália” – Mike Smith, DAF, Queensland, Austrália.

Seção B: Ecofisiologia, solo e clima

Moderadores: Luiz Antonio Teixeira/ Arnaldo Tapia

? 16h15 às 16h45 – “Manejo de solos e nutrição em musáceas: considerações práticas para a produção sustentável” – Luiz Antonio Teixeira, IAC, Brasil.

? 16h45 às 17h15 – “Irrigação e ecofisiologia em musáceas: aspectos práticos de manejo para o uso eficiente da água” – Sérgio Donato, IF Baiano; e Eugenio Coelho, Embrapa, Brasil.

? 17h15 às 17h45 – “Uso de coberturas vegetais e manejo orgânico dos solos em musácea” – Ana Lúcia Borges, Embrapa, Brasil; e Erval Damatto Jr., Apta/Registro.

? 17h45 às 18h15 – “Fisiologia pós-colheita em musáceas: práticas de manejo para mercados locais” – Juliana Domingues Lima, Unesp-Registro, Brasil.

? 18h15 às 19h15 – Painel de perguntas e discussão sobre sistemas de produção.

? 19h15 às 20h – Visita aos estandes e avaliação de pôsteres.

? 20h às 22h – Coquetel.

2º dia – 19 de agosto

Seção C: Pragas e doenças – Estratégias de manejo Moderador: Zilton Cordeiro/Luis Pérez Vicente

? 8h às 8h30 – “Influência da variabilidade climática no manejo integrado de pragas e doenças das musáceas” – Luis Pérez Vicente, Inisav, Cuba.

? 8h30 às 9h – “Problemas fitossanitários em musáceas no subtrópico: particularidades para seu manejo” – Robert Hinz , Epagri, Brasil.

? 9h às 9h30 – “Sigatoka-negra: uma análise epidemiológica comparativa entre o trópico e o subtrópico da América Latina e Caribe” – Wilson Moraes, Mapa, Brasil; e Mario Orozco, Inifap, México.

? 9h30 às 10h – “O moleque-da-bananeira: mudanças de comportamentos diante da mudança climática e implicações para seu manejo” – Marilene Fancelli, Embrapa, Brasil.

? 10h às 10h15 – Intervalo.

? 10h15 às 10h45 – “Impacto da mancha vermelha da fruta na produção orgânica de banana no Peru e Equador: situação atual e alternativas para seu manejo” – Juan Carlos Rojas, Inia, Peru; e Luud de Clerck, Taste, Holanda.

? 10h45 às 11h15 – “Moko da bananeira: impactos causados na Colômbia e estratégias de manejo” – Elizabeth Alvarez, Ciat, Colômbia.

? 11h15 às 11h45 – “A ameaça global da TR4: avanços de pesquisas e próximos desenvolvimentos” – Gert Kema, Plant Research International/WUR, Holanda.

? 11h45 às 12h15 – “Programa de Proteção de Plantas para Bananeiras na Austrália” – André Drenth, Universidade de Queensland, Austrália.

? 12h15 às 13h45 – Almoço e visita aos estandes e pôsteres.

? 13h45 às 14h30 – “Murcha por fusariose no Brasil: situação atual perspectivas de pesquisa” – Fernando Haddad, Embrapa, Brasil.

? 14h30 às 15h – “Murcha por fusariose na Costa Rica: resultados de pesquisa” – Nancy Chaves, Bioversity International, Costa Rica.

? 15h às 15h30 – “Análises epidemiológicas comparativas de murcha por fusariose: implicações para o manejo” – Gustavo Mora, Colpos, México.

? 15h30 às 16h – “Análise espacial e uso de dispositivos móveis: iniciativas e avanços de pesquisas aplicadas ao murcha por Fusarium das musáceas” – David Brown, Bioversity International, Costa Rica.

? 16h às 16h15 – Intervalo.

? 16h15 às 16h45 – “Estratégia global e regional para a prevenção da raça 4 tropical de Fusarium: iniciativas, ações e perspectivas da Oirsa” – Carlos Urias Morales, Oirsa, El Salvador.

? 16h30 às 17h – Discussões sobre manejo do murcha por fusariose com ênfase na prevenção da raça 4 tropical.

? 17h às 17h45 – Conferência de encerramento. “Pesquisa e desenvolvimento para a produção de musáceas na América latina e Caribe: uma visão crítica e construtiva” – Luis Pocasangre, Universidade Earth, Costa Rica.

? Painel de perguntas e discussão sobre pragas e doenças – estratégias de manejo.

? 19h às 19h30 – Entrega de certificados e premiação de trabalhos.

3º dia – 20 de agosto

Dia de campo

? 8h30 – Partida para o campo.

? 12h – Almoço.

? 14h – Participação na Feria da Banana de Corupá.

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