Pesquisadores do Malawi se impressionam com produção de tabaco brasileira

18.02.2010 | 21:59 (UTC -3)

Um melhorista genético e um agrônomo do ARET – Agricultural Research & Extension Trust, órgão de pesquisa voltado à cultura do tabaco no Malawi, estão no Brasil desde segunda-feira. O Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, foi a região escolhida para as visitas.

“Continuem o bom trabalho.” Esta foi a mensagem deixada por pesquisadores do Malawi ao SindiTabaco. Em visita ao Brasil pela primeira vez para conhecer de perto o Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT) e as pesquisas relacionadas à cultura, o melhorista genético Dr. Albert Changaya e o agrônomo Mr. Lowinzie Sibande visitaram o Sindicato na última quarta-feira, 17 de fevereiro. Eles permanecem na região até sexta-feira (19), quando retornam ao Malawi.

“O Brasil, além de ser um belo País, tem uma produção de tabaco significativa. A integração entre empresas e produtores, no sentido da orientação técnica e financeira é impressionante”, afirmou Changaya no encontro com o presidente da entidade, Iro Schünke. Conhecer de perto o Sistema Integrado de Produção de Tabaco era um dos objetivos da vinda dos pesquisadores. “O SIPT é novo em nosso país, lá ainda trabalhamos muito com o sistema de leilão para a venda do tabaco. Os produtores não têm assistência técnica e financeira por parte das empresas, por este motivo também, acabam não investindo na propriedade”, revelou o agrônomo africano.

É a plantação de Burley que tem relevância no Malawi. O país é considerado referência mundial na exportação deste tipo de tabaco. Das 255 mil toneladas produzidas na última safra, 220 mil toneladas são Burley, número que torna o Malawi o maior produtor mundial deste tipo de tabaco. “O Burley é nosso carro-chefe em função da grande disponibilidade de mão-de-obra e pela escassez de recursos. Como este tipo de tabaco não necessita de estufas, os produtores acabam optando por ele”, avaliou Changaya.

A exportação é um ponto em comum entre os dois países. No Brasil, 85% do tabaco produzido é exportado. No Malawi, este número sobe para quase 99%. A agricultura familiar também é característica naquele país. Estima-se que 75% do tabaco produzido lá é feito por pequenos produtores.

Entre as diferenças está o estímulo por parte do governo na cultura. “O governo do Malawi apóia as pesquisas relativas ao tabaco. Vemos que no Brasil são as empresas que prestam esse apoio no desenvolvimento de novas técnicas e variedades resistentes às pragas. O produtor daqui é mais avançado que o nosso, até mesmo em questões relacionadas com reflorestamento”, disse o melhorista. Segundo Schünke, o reflorestamento e a preservação das matas nativas é um trabalho que vem sendo desenvolvido há décadas pelas empresas, garantido um abastecimento de energia sustentável para as estufas.

SOBRE O MALAWI – País da África Oriental, a base econômica do Malawi é a agricultura. O tabaco representa cerca de 70% das exportações totais do país. “As pessoas enfrentariam muito mais dificuldades no Malawi se a cultura do tabaco deixasse de existir”, revelou o agrônomo. Entre as prioridades do país na área rural estão a diversificação e o cuidado com a natureza – erosão de solo e desmatamento. Além do tabaco, o chá, café, açúcar, e as minas de urânio fazem parte da economia. O milho também é muito plantado, para fins de subsistência uma vez que lá as muitas comidas típicas são feitas a base do produto.

Fonte: Andreoli MS&L - (11) 3169-9354

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025