Pesquisadores da UFLA ministraram palestra na ExpoZebu

Palestras versaram sobre pesquisas realizadas com a raça Tabapuã; evento reuniu 50 pessoas na sede da ABCZ no dia 03 de maio.

Palestra com pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) reuniu cerca de 50 pessoas na sede da ABCZ, no Parque Fernando Costa, durante a Expozebu 2010. O evento contou com apoio da Associação Brasileira de Criadores de Tabapuã (ABCT). O zootecnista Julimar do Sacramento Ribeirão defendeu como tese de doutorado pela universidade o tema "Eficiência de produção característica de carcaça e qualidade de carne de zebuínos confinados", sob orientação do professor doutor Tarcísio de Moraes Gonçalves e destacou o assunto na palestra.

Julimar iniciou a explanação com uma abordagem diferente, afirmando que o Brasil tem o maior rebanho de gado de corte do mundo. Em seguida, o zootecnista abordou assuntos como eficiência de produção, facilidade de manejo, desempenho e eficiência alimentar, obtendo como resultado a qualidade de carne, entre outros.

O trabalho de pesquisa do zootecnista utilizou 36 animais da raça Tabapuã, realizando avaliação científica dos fatores ligados à eficiência de produção, além de avaliar a reatividade do animal pela técnica de observação. Com isso, ele afirmou que o Tabapuã é um animal muito dócil. "Foram considerados 10% de animais agitados e 70% dóceis, ou seja, o Tabapuã é um rebanho de docilidade comprovada e de fácil manejo", destacou o especialista.

De acordo com Julimar, os animais chegaram à Universidade pesando, em média, 364 kg e, no final da pesquisa, atingiram 477 kg. "Houve um ganho de peso dos animais, e isso mostra que eles compreenderam a dieta estipulada pela equipe". Foi comprovada a gordura na picanha, o que resulta uma ótima qualidade de carne, indicando velocidade no acabamento da carcaça.

O zootecnista ainda explicou cada parte analisada no animal e qual a importância para a raça. "Para um bom desempenho não basta ter só ganho de peso", ponderou. Os animais analisados representaram 47% de traseiro especial, 13% de ponta de agulha e 39% de dianteiro, o que evidencia o potencial de produção de carne dos animais Tabapuã.

A raça também apresentou um pH24 de 5.45 (pouco estresse). Como força de cisalhamento, 4.4 (carne macia), perda de peso por cozimento, 25.4, capacidade de retenção de água, 74%, índice de luminosidade, 38.4 (carne vermelha), e equivalente desossa de 79%, também possuindo oléico, ácido bom para gordura. "Pretendo continuar trabalhando com pesquisas no rebanho Tabapuã em busca de melhorias para a raça e, consequentemente, para o criador e consumidor", comentou Julimar.

Resultados

A avaliação feita com os animais em confinamento teve duração de 112 dias desde a chegada dos animais até o abate. Para retirar o efeito do ganho compensatório, foram considerados apenas os 84 dias finais. O experimento foi conduzido no Centro de Avaliação de Desempenho de Ruminantes, do Departamento de Zootecnia da UFLA. "Animais da raça Tabapuã apresentaram bom desempenho e eficiência alimentar. As carcaças apresentam boa deposição muscular com excelente cobertura de gordura", ressaltou Gonçalves.

Novos projetos

A UFLA pretende continuar o trabalho de pesquisa com a raça Tabapuã por meio de projetos de doutorado e mestrado com os seguintes assuntos: influência do sistema de terminação (pastagem x confinamento), grupo genético e variabilidade intra-racial nas características da carcaça, carne, perfil de ácidos graxos e redução da poluição ambiental em bovinos de corte. "A intenção é levar informações importantes para os pecuaristas e demais setores envolvidos, não só como cria, recria e engorda, mas também para os frigoríficos, atacadistas e, principalmente, para o consumidor final, que é o motivo maior de todos esses trabalhos", comentou o professor.

O pesquisador vai utilizar 270 bovinos machos para um novo projeto com o Tabapuã. Ele pretende validar os marcadores moleculares, fazer um inventário da produção de metano, nitrogênio na urina e fósforo nas fezes dos animais. "O foco do projeto é o rebanho comercial. Por isso, vamos analisar a qualidade da carne e a redução da poluição ambiental, visando à sustentabilidade para melhorar a imagem e agregar valor ao animal", conclui Gonçalves.

Fonte: swTH Scuzinet Comunicação & Web - (16) 3237-9197