Pesquisadores da safra do tabaco estarão a campo nos próximos dois meses

06.07.2011 | 20:59 (UTC -3)
Marta Guerra

Essa é uma das atividades desenvolvidas pelo Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais de Santa Catarina de grande importância, sendo citada por diversas organizações e universidades como fonte de dados. “A pesquisa nos tem fornecido subsídios para as negociações do preço da safra com as indústrias e também indicadores para delinearmos uma política do desenvolvimento para os produtores de fumo”, explica Hilário Gotteselig, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAESC).

Além disso, conforme o assessor de política agrícola da Federação que coordena esse levantamento da produção de tabaco em Santa Catarina, Irineu Berezanski, “a pesquisa é avaliada pelos agricultores como de grande valia e eles sentem-se prestigiados pelo Sindicato ao participarem do levantamento de dados”.

Os dirigentes e colaboradores dos Sindicatos das regiões produtoras de tabaco recebem treinamento para aplicação dos formulários. “Como é uma pesquisa de amostragem necessitamos de embasamento estatístico para ser válida, por isso é importante que se siga precisamente as orientações”, alerta Berezanski.

Santa Catarina é o segundo maior produtor, Atualmente são 55.160 famílias que produziram 256 mil toneladas na safra 2010/2011. Essa pesquisa envolve mil entrevistados, sendo que a seleção por município obedece a critérios de número de produtores e percentual de desvio-padrão, tendo como variáveis o preço e a produtividade. Os sindicatos são informados sobre o número de entrevista a serem feitas e devem sortear as comunidades onde serão aplicas. “Toda a metodologia obedece aos critérios técnicos científicos a fim de garantir uma amostragem fidedigna da produção do tabaco catarinense”, afirma Berezanski.

A pesquisa é realizada no momento em que o produtor planeja a próxima safra e revela dados referentes à última lavoura, bem como perspectivas para a próxima produção. Devido às manifestações ocorridas nesse ano de insatisfação de alguns produtores no momento da comercialização e também com as constantes críticas generalizadas da sociedade e pressão do governo sobre essa atividade, foram incorporadas novas perguntas na pesquisa desse ano, como quanto a lavoura de fumo contribuiu para saldar a dívida da propriedade, se o produtor tem contrato com mais de uma empresa e a quantidade de pés plantados fora do pedido.

Os dados da última pesquisa apontam a presença de 39%, de agricultores de tabaco com idade na faixa etária entre 33 a 60 anos. Mostra também que 41% do público feminino jovem pretendem continuar vivendo no meio rural. A pesquisa identifica claramente que os produtores plantam tabaco por duas razões principais: venda garantida da produção e porque tem pouca área de terra. O terceiro motivo é porque a atividade dá boa renda.

Entre as principais dificuldades apontadas pelos produtores: o preço alto dos insumos (54%); problemas climáticos (49%). Um dos fatores que interfere diretamente no resultado da safra é o preço pago da mão-de-obra. A pesquisa também apontou variação de preço em regiões produtoras, sendo que o preço médio foi de R$ 43,92 por dia trabalhado. “Estes são fatores relevantes e interferem diretamente na lucratividade do produtor de fumo”, afirma o Berezanski. O resultado completo da última pesquisa foi publicado pela federação em uma caderneta de bolso e também está disponível no site, pelo link

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