Pesquisadora eleita membro da ABC pretende incentivar investimento em pesquisa

06.02.2009 | 21:59 (UTC -3)

A pesquisadora Mariangela Hungria da Cunha, da Embrapa, toma posse como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências Agrárias, no dia 5 de maio, no Rio de Janeiro. “Como uma das primeiras atividades pretendo auxiliar na sensibilização de que sejam alocados mais recursos em Ciência e Tecnologia”, enfatiza.

Segundo ela, a sua nomeação deveu-se às pesquisas com fixação biológica do nitrogênio, em que bactérias presentes na natureza são selecionadas para fornecer o Nitrogênio necessário para diversas culturas. Esta tecnologia dispensa a utilização de fertilizantes nitrogenados; produtos que além de aumentar os custos de produção, podem ser prejudiciais na preservação do meio ambiente.

A pesquisadora trabalha com temas como: fixação biológica do nitrogênio, biodiversidade, ecologia microbiana, microbiologia do solo, bactérias promotoras do crescimento de plantas, inoculantes microbianos, genômica e proteômica de procariotos, marcadores moleculares em plantas relacionados à fixação biológica do nitrogênio, coleções de culturas, bioindicadores de qualidade do solo.

“É uma grande honra para mim fazer parte da ABC e, este fato, trouxe alegria pelo reconhecimento do meu trabalho pela comunidade científica. Também fico contente pelo reconhecimento como mulher cientista, pois, embora a participação das mulheres nas ciências tenha crescido consideravelmente, ainda representamos apenas um décimo dos titulares”, afirma. “Serei a primeira representante mulher do Paraná”.

Pesquisadora da Embrapa desde 1982; Mariangela está lotada na Embrapa Soja (Londrina–PR) desde 1991. A pesquisadora possui graduação em Engenharia Agronomica - USP - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas - USP - ESALQ, doutorado em Agronomia (Ciência do Solo) pela UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pós-graduação na Cornell University (1989), University of California - Davis e Universidade de Sevilla (1998).

Mariangela tem mais de 500 publicações (trabalhos, livros, capítulos de livros, publicações técnicas) e já lançou várias tecnologias, incluindo estirpes diazotróficas para as culturas do feijoeiro, do milho e do trigo.

É representante da área ambiental e do solo da Sociedade Brasileira de Microbiologia e representante brasileira na rede de biofertilizantes ibero-americana BIOFAG. Atualmente é consultora da Fundação Bill & Melinda Gates para projetos de fixação biológica do nitrogênio na África, bem como de projetos na Argentina e Peru.

ABC- A ABC foi fundada em 1916, com a missão de estimular, desenvolver e difundir as ciências e os avanços tecnológicos. Inicialmente foram concebidas três seções de ciências: Matemáticas, Físico-Químicas e Biológicas. Com as especializações, essas seções foram subdivididas, totalizando dez atualmente e congregando 415 membros titulares. A ABC, atualmente, abrange as áreas de Ciências Matemáticas, Físicas, Químicas, Biológicas, da Terra, Biomédicas, da Saúde, da Engenharia, Agrárias e Humanas.

“O fórum da academia tem sido palco de discussões e pronunciamentos sobre todos os temas de ponta, por exemplo, células-tronco, transgênicos, financiamento para a ciência brasileira, entre outros, tendo sempre tomado a frente na busca dos melhores rumos para as ciências brasileiras”, explica Mariângela, que toma posse como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências, no dia 5 de maio, no Rio de Janeiro.

Lebna Landgraf

Embrapa Soja

(43) 3371-6061 /

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