Pesquisador da Epagri dá dicas para controle do borrachudo

07.10.2010 | 20:59 (UTC -3)

Embora seja pequeno, o borrachudo é capaz de estragar muitos programas ao ar livre, sem falar dos incômodos para quem vive no meio rural. Na criação animal, ele também pode causar perdas, principalmente na produção leiteira.

 

“Esse inseto sempre existiu na natureza, mas o homem favoreceu a dispersão dele com a criação de animais domésticos, a instalação de áreas agrícolas próximas de rios e a retirada da mata ciliar, que atua como barreira física contra os borrachudos adultos”, conta o entomólogo Renato Arcângelo Pegoraro, pesquisador aposentado da Epagri.

 

O borrachudo é encontrado onde há rios e córregos, pois precisa de água corrente para procriar e sobreviver. O esterco e o esgoto que vazam para os rios propiciam alimento para os filhotes. “Em Santa Catarina, em locais próximos a serras, como Joinville, a situação é crítica. No Oeste, o problema é grave por conta da descarga indevida de dejetos suínos em riachos. Já houve casos de colonos que venderam as propriedades e deixaram a atividade por causa do problema”, conta Renato.

 

Em Santa Catarina, há 35 espécies de borrachudos catalogadas, mas somente duas ou três se alimentam de sangue humano (apenas as fêmeas necessitam de sangue, para a maturação dos ovos). A época de maior ocorrência é nos meses mais quentes, mas no litoral o inseto está presente o ano todo.

 

A principal espécie encontrada no Estado é a Simulium (C.) pertinax. O ciclo de vida varia conforme as temperaturas da água e do ambiente. A 25°C, é de 35 dias, em média. Cada fêmea põe em média 237 ovos, mas o número pode chegar a 500. A postura geralmente é feita em folhas suspensas e parcialmente cobertas por uma fina lâmina d’água corrente ou sobre pedras úmidas. A larva se alimenta de bactérias, fito e zooplâncton, minerais e partículas de matéria orgânica que podem ter origem em esterco, dejetos humanos, restos de cozinha e vegetais. A pupa permanece embaixo d’água até se tornar adulta e emergir.

 

Como evitar a proliferação

- Não jogar lixo na água.

- Limpar córregos e rios, retirando entulhos, folhas e galhos onde as larvas se abrigam.

- Evitar o lançamento de dejetos orgânicos nos córregos e manter as áreas de criação de animais longe desses locais.

- Preservar e recuperar a mata ciliar para evitar dispersão dos insetos para outras áreas e garantir a preservação de pássaros e insetos que se alimentam dos borrachudos.

- Manter a água dos córregos povoada com cascudos. Esse peixe atua no controle biológico dos borrachudos.

 

Proteja-se

- Para evitar picadas, o ideal é usar roupas compridas e, nas estações mais quentes, recomenda-se usar repelentes ou cremes perfumados nas partes descobertas do corpo, como mãos, pernas e pés.

- O plantio de capim citronela próximo às residências e o uso de repelentes à base da planta são alternativas para afastar o inseto.

 

Fonte: Epagri

marcias@epagri.sc.gov.br

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