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Francisco Aragão, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, receberá as insígnias e o diploma do presidente Lula no dia 26 de maio, em Brasília.
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Francisco Aragão recebe amanhã, dia 26 de maio, a Ordem Nacional do Mérito Científico. As insígnias e o diploma de Comendador da Ordem serão entregues pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Royal e Golden Tulip – Brasília Alvorada Hotel, em Brasília.
A Ordem Nacional do Mérito Científico foi instituída em 1993 por decreto do presidente da República e destina-se a premiar personalidades nacionais e estrangeiras que se destacam na área científica e tecnológica.
O presidente da República é o grão-mestre da Ordem e o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o chanceler. O Decreto nº 4.115, de 6 de fevereiro de 2002, dispôs sobre a Ordem e estabeleceu duas classes: Grã-Cruz, com 200 vagas, e Comendador, com 500.
A Academia Brasileira de Ciências é responsável pelas atividades administrativas da Ordem, de acordo com convênio firmado com o MCT. A indicação dos nomes é feita por instituições e autoridades ligadas à área de ciência e tecnologia.
A Ordem dispõe de uma comissão técnica incumbida de apreciar o mérito de cada proposta de nome para admissão ou promoção. A admissão e promoção de membro da Ordem bem como a concessão da Medalha Nacional do Mérito Científico são feitas em decretos do presidente da República.
Saiba mais sobre o agraciado
Francisco José Lima Aragão é pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, onde é responsável pelo Laboratório de Expressão de Genes. É pioneiro na geração das primeiras plantas transgênicas no Brasil expressando genes de características agronômicas.
Francisco Aragão lidera um grupo de pesquisa considerado referência nacional e internacional em engenharia genética de plantas. Estuda e integração de transgenes no genoma de células vegetais e animais.
Desenvolveu diferentes processos patenteados em vários países, bem como plantas transgênicas introduzidas em programas de melhoramento para geração de variedades comerciais.
Feijão transgênico: a tecnologia a serviço da agricultura familiar
Em conjunto com o pesquisador Josias Faria, da Embrapa Arroz e Feijão, Aragão desenvolveu o feijão transgênico com resistência ao vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o pior inimigo dessa cultura agrícola na América do Sul. As variedades geneticamente modificadas já estão sendo testadas em campo e o pedido para liberação deverá ser encaminhado à CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança ainda este ano.
O mosaico dourado do feijoeiro está presente em todas as regiões brasileiras e, se atingir a plantação ainda na fase inicial pode causar perdas de até 100% na produção. As variedades já estão sendo testadas no campo e avaliadas quanto à segurança alimentar e ambiental.
As plantas foram produzidas por uma nova estratégia de transformação genética de feijão, a partir da interferência de RNA (material genético composto de ribonucleotídeos de adenina, guanina, citosina e uracila). A grande vantagem dessa nova técnica, segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, é que não há produção de novas proteínas nas plantas, e conseqüentemente não há possibilidade de alergenicidade e toxidez. Além disso, a tecnologia de RNA pode causar resistência a várias estirpes do mesmo vírus.
Impactos sociais da engenharia genética
Esse projeto é um exemplo significativo de impacto social e alimentar do uso da engenharia genética em nível mundial. No Brasil o feijão é uma cultura de extrema importância social, já que é produzido basicamente por pequenos produtores, com cerca de 80% da produção e da área cultivada em propriedades com menos de 100 hectares.
Além disso, é a principal fonte vegetal de proteínas (o teor das sementes varia de 20 a 33%), além de ser também fonte de ferro (6-10 mg/100 g). Associado ao arroz, dá origem a uma mistura tipicamente brasileira e ainda mais nutritiva e rica em vitaminas. Na verdade, a importância do feijão na alimentação transcende as fronteiras brasileiras, sendo a leguminosa mais importante na alimentação de mais de 500 milhões de pessoas na América Latina e África.
O principal benefício ambiental das variedades geneticamente modificadas é a redução na aplicação de produtos químicos no ambiente (inseticidas). Além disso, melhoram a produtividade e, consequentemente, reduzem o avanço da agropecuária sobre áreas de florestas.
Soja transgênica em parceria com a BASF
Aragão participou também do desenvolvimento da soja transgênica “Cultivance”, desenvolvida em parceria com a BASF, que foi o primeiro produto transgênico brasileiro aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para cultivo comercial.
As variedades foram modificadas geneticamente para se tornarem tolerantes a herbicidas da classe das imidazolinonas e serão comercializadas em mais de 20 países. As sementes transformadas deverão estar disponíveis para os produtores na safra de 2011/2012.
Outras pesquisas
Aragão tem trabalhado também no desenvolvimento de variedades geneticamente modificadas de feijão e soja com tolerância à seca e em outras plantas resultantes da aplicação da tecnologia do DNA recombinante com interesses agronômicos e que possam gerar impactos positivos nos processos produtivos e na melhoria da qualidade de vida da sociedade.
É também orientador de mestrado e doutorado nos cursos de Biologia Molecular (Universidade de Brasília), Botânica (Universidade de Brasília), Ciências Genômicas e Biotecnologia (Universidade Católica de Brasília).
Serviço:
A solenidade de entrega das insígnias e do diploma da Ordem Nacional do Mérito Científico será realizada no dia 26 de maio, às 18 horas, durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Royal e Golden Tulip – Brasília Alvorada Hotel, em Brasília.
Estarão presentes o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, entre outras autoridades.
Fernanda Diniz
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(61) 3448-4769 e 3340-3672 /
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