Pesquisa traz recomendação para controle de soja voluntária em consórcio de milho com crotalária

Uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Agrossilvipastoril buscou viabilizar uma recomendação técnica de dose e épocas de aplicação de atrazine para o controle da soja voluntária que seja seletivo para Crotalaria ochroleuca e Crotalaria spectabilis

28.01.2022 | 17:54 (UTC -3)
Embrapa
Consórcio de milho com Crotalaria ochroleuca. - Foto: Fernanda Ikeda
Consórcio de milho com Crotalaria ochroleuca. - Foto: Fernanda Ikeda

O controle de soja voluntária em consórcio de milho com crotalária, causando menores danos à crotalária, é um desafio para os produtores. Uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Agrossilvipastoril buscou viabilizar uma recomendação técnica de dose e épocas de aplicação de atrazine para o controle da soja voluntária que seja seletivo para Crotalaria ochroleuca e Crotalaria spectabilis.

Nos 12 tratamentos conduzidos, nos quais variaram as doses, as épocas de aplicação e as combinações, somente no tratamento com uso de 500g/ha de atrazine em pré-emergência, mais 500g/ha do mesmo produto após 21 dias de emergência é que houve a eficiência no controle da soja voluntária sem causar danos à Crotalaria ochroleuca. Já a Crotalaria spectabilis foi suscetível a todos os tratamentos testados.

“Atrazine é um herbicida de baixo custo, com várias opções de produtos com esse ingrediente ativo. É muito eficaz no controle da soja voluntária, mas, nas doses recomendadas para o milho solteiro, ela controla também as crotalárias. Então testamos doses reduzidas de atrazine, modalidades e épocas de aplicação pra verificar o que daria certo no consórcio”, explica a pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril, Fernanda Ikeda.

Fernanda Ikeda, pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril
Fernanda Ikeda, pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril

Na pesquisa foram avaliadas doses de 250g/ha e 500g/ha de atrazine aplicadas em diferentes momentos, como pré-emergência, 14,21 e 28 dias após a emergência, e também combinações da mistura de paraquat + diuron (500+250) em pré-emergência com atrazine (250 e 500) em pós-emergência e somente paraquat com diuron em pré-emergência.

A pesquisa foi realizada antes da proibição do uso do paraquat no Brasil, iniciada em 2021. De toda forma, embora seja seletivo para as espécies de crotalária avaliadas, o produto, na dose usada, não controlou a soja voluntária.

De acordo com a pesquisadora Fernanda Ikeda, uma alternativa de controle da soja voluntária sem causar danos à crotalária é semear somente o milho, aguardar a emergência das plantas guaxas, fazer a aplicação do herbicida e somente depois semear a crotalária.

“Essa estratégia não ocasionaria efeito nas duas espécies de crotalária e poderia contribuir também para o controle residual de algumas espécies de plantas daninhas de folhas largas e algumas de folhas estreitas”, afirma a pesquisadora.

Esta pesquisa foi realizada em casa de vegetação. Com base nos resultados, novos experimentos vêm sendo conduzidos a campo. O objetivo é o de encontrar alternativas que possam ser utilizadas para o controle de soja voluntária pensando no sistema produtivo, nesse caso, no consórcio de milho com crotalária.

Os resultados dos ensaios podem ser conferidos em detalhes no Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento nº6, “Seletividade de atrazine e [paraquat + diuron] em Crotalaria spp. e controle de soja voluntária” disponível para acesso gratuito na biblioteca do portal da Embrapa Agrossilvipastoril. Para baixar a publicação, clique aqui.

Link direto para a publicação: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1138172/seletividade-de-atrazine-e-paraquat--diuron-em-crotalaria-spp-e-controle-de-soja-voluntaria.

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