Pesquisa indica que o tratamento de sementes de soja cresceu 18% na safra 2023-24

Levantamento FarmTrak Soja, da Kynetec Brasil, apurou que sementes protegidas por fungicidas, inseticidas e nematicidas são empregadas em 99% da área plantada

19.08.2024 | 14:06 (UTC -3)
Fernanda Campos, edição Revista Cultivar

O levantamento FarmTrak Soja, divulgado pela Kynetec Brasil, apurou que a movimentação de defensivos agrícolas para tratamento de sementes da oleaginosa cresceu 18% na safra 2023-24, chegando a R$ 3,6 bilhões no período, ante R$ 3,07 bilhões de duas safras atrás. Conforme o estudo, atualmente 99% da área cultivada com soja – total de 44 milhões de hectares na última safra - adotam a semeadura com sementes protegidas.

“O uso de fungicidas, inseticidas e nematicidas no tratamento de sementes constitui medida preventiva: visa a garantir o potencial produtivo e a proteger a cultura de ataques iniciais de pragas e doenças”, resume Lucas Lima Alves, especialista em pesquisas da Kynetec. “A prática entrega resultados como estande adequado de plantas, bom desenvolvimento inicial da soja e uniformidade da lavoura”, destaca.

A pesquisa resultou de mais de 3,7 mil entrevistas, realizadas diretamente com produtores, em toda a fronteira agrícola da oleaginosa.

Tratamento industrial avança

Conforme Alves, o FarmTrak Soja trouxe à luz mudanças relevantes relacionadas ao perfil das aplicações de produtos no tratamento de sementes. “Houve avanço expressivo no processo de tratamento industrial, que atingiu a metade dos cultivos em 2023-24”, acrescenta. Esse modelo de negócio, de acordo com ele, compreende a entrega de sementes tratadas, prontas para a semeadura, produzidas por parceiros do produtor: indústria, sementeiro ou distribuidor.

Para efeito de comparação, na safra 2014-15 somente 31% das sementes chegavam às propriedades com o tratamento industrial realizado. “O sojicultor precisava, então, fazer o tratamento em cerca de 70% das áreas, empregando estrutura própria”, compara o especialista. “O modelo industrial assegura precisão nas doses de produtos, praticidade no manuseio e auxilia na janela de plantio, entre outros benefícios”, explica.

Ainda de acordo com o levantamento, as categorias de agroquímicos mais utilizadas no tratamento de sementes industrial da soja são as de inseticidas e fungicidas, hoje presentes em 50% das áreas cultivadas. “Os nematicidas vêm a seguir, registram 8% de adoção, mas há tendência de avanço nas próximas safras detectada no FarmTrak Soja”, complementa.

O levantamento traz o estado do Paraná na primeira posição em adoção do tratamento industrial de sementes de soja, correspondente a 85% das áreas. O menor índice foi registrado na Bahia: 11% das lavouras.

“Diferenças regionais decorrem do perfil fundiário. Na Bahia, no Mato Grosso e em outros estados do cerrado predominam propriedades maiores, onde em geral há equipamentos para tratar sementes com qualidade industrial. No Sul e no Sudeste, observamos que o serviço depende mais de revendas, cooperativas, sementeiros e outros fornecedores”, conclui.

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