Evoluindo no manejo do trigo se produz mais
Aplicar os fungicidas no momento certo, seguir as indicações de fracionamento de nitrogênio e semear cultivares mais resistentes e produtivas são ações indispensáveis
Apesar de o agronegócio ser um segmento com predomínio masculino, as mulheres vêm ganhando espaço. As que atuam hoje no setor são mais preparadas, conectadas, comunicativas, abertas à inovação tecnológica e possuem uma visão mais abrangente do negócio. Foi o que revelou uma pesquisa inédita com o título “Mulheres no Agronegócio Brasileiro”, encomendada pela ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio e o IEAg - Instituto de Estudos do Agronegócio, realizada pela Fran6 Pesquisa e Biomarketing Consultoria & Agência, viabilizada pelo Transamérica Expo Center e PWC, e que foi divulgada no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, encerrado nesta quarta (26), em São Paulo.
O levantamento, que ouviu 301 mulheres, indicou também que 60% das representantes do sexo feminino que atuam no campo têm curso superior, 25% possuem pós-graduação e, nada menos que 88% são independentes financeiramente. A pesquisa também apontou que 71% das entrevistadas já tiveram alguma experiência de discriminação na atividade pelo fato de ser mulher. Nesse aspecto, entre as principais dificuldades apontadas por elas estão: não serem obedecidas pelos funcionários (43%) e resistência da família quando manifestam interesse pelo negócio (41%). Em relação ao uso de ferramentas da internet, o levantamento apontou que 69% acessa a web todos os dias – na população brasileira o percentual é de 48% – e que 80% delas usam redes sociais.
Em termos de atividades dentro do agronegócio, o estudo encomendado pela ABAG para entender o perfil da produtora brasileira mostrou que se reproduz a mesma dinâmica nacional, com maior presença da mulher na produção de grãos: 48% que atuam no campo estão no segmento de soja; 42% no de milho; 31% em hortifruti; e 13% em arroz. Por atividade, 42% atuam na agricultura; 25% na pecuária; 20% na agropecuária e 13% na agroindústria.
O estudo também destacou alguns aspectos comportamentais. Exemplos: as entrevistadas disseram que não necessitam tocar o negócio da mesma forma que era no passado; acham que podem fazer as coisas de um modo diferente em relação ao anterior; entendem que os benefícios devem gerar bons resultados para proprietários, trabalhadores, meio ambiente, animais e o planeta. Além disso, a maioria (60%) respondeu que as demandas do trabalho no campo não interferem na vida pessoal. Outro dado comportamental é que as mulheres que atuam no agronegócio são otimistas em relação ao futuro. Na agricultura, o percentual das otimistas chega a 85% e na pecuária alcança a casa de 97%, superando em muito a média dos brasileiros otimistas, que não passa de 58%.
Após a apresentação da pesquisa, Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da ABAG, que fez uma apresentação na abertura do Congresso, salientou que a entidade já prepara uma segunda edição da pesquisa sobre o perfil das mulheres no agronegócio para ser feita em 2017.
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