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Acadêmica de mestrado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) defendeu tese sobre cultivos consorciados entre alface, cenoura, manjericão e melissa.
Quais as vantagens para o produtor rural ao promover o cultivo consorciado entre plantas medicinais e hortaliças? Foi para responder questões como essa que a acadêmica do mestrado em Ciências Agrárias da UFMG Janaína Ribeiro Oliveira desenvolveu o experimento de campo que culminou na dissertação “Cultivos consorciados entre alface, cenoura, manjericão e melissa”. A defesa da dissertação aconteceu na manhã desta terça-feira (22/09), no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), campus regional da UFMG em Montes Claros.
O trabalho reúne as conclusões obtidas a partir de experimento realizado de maio a outubro de 2008, no ICA. Nesse período, Janaína cultivou, em sistema agroecológico de produção, diferentes consórcios entre as hortaliças alface e cenoura e as plantas melissa e manjericão, que têm propriedades medicinais. Cada uma dessas plantas também foi cultivada separadamente.
Um dos objetivos da pesquisa era avaliar a produção de fitomassa (matéria fresca) e óleo essencial de melissa e manjericão quando cultivadas em consórcio com as hortaliças. Os resultados mostram que, tanto para a melissa quanto para o manjericão, apenas a produção de matéria fresca foi favorecida pelo cultivo consorciado em relação ao monocultivo; a produção de óleo essencial permaneceu estável. Segundo Janaína, o consórcio entre alface e melissa apresentou os melhores resultados.
Ao avaliar a viabilidade agroeconômica do cultivo das hortaliças consorciadas com as plantas medicinais, Janaína constatou que a cenoura apresentou maior desempenho e viabilidade em relação ao seu cultivo solteiro. Os consórcios alface x melissa e cenoura x manjericão foram os que apresentaram maiores viabilidades agroeconômicas.
Outra conclusão da pesquisa é que o consórcio pode influenciar a entomofauna, ou seja, as espécies de insetos que se desenvolvem nas culturas. Na alface, o consórcio reduziu a população de insetos-praga e moluscos. Para a cenoura, não houve diferença entre os tratamentos.
O trabalho de Janaína inclui, ainda, o levantamento da distribuição e do desenvolvimento das plantas espontâneas nos diferentes cultivos. Segundo a pesquisadora, de forma geral, os consórcios diminuíram a diversidade dessas plantas nos cultivos.
O projeto foi desenvolvido sob orientação do professor Ernane Ronie Martins e coorientação do professor Cândido Alves da Costa, ambos do ICA.
Aumento de demanda
Segundo Janaína Oliveira, há vários estudos sobre o cultivo consorciado entre diferentes espécies de hortaliças, mesmo porque essa é uma prática comum, principalmente entre pequenos produtores. Mas o mesmo não ocorre quando entram em campo as plantas medicinais. “Tive dificuldades para conseguir referências”, conta a aluna do mestrado. Segundo ela, é importante que os pequenos produtores conheçam a viabilidade desses consórcios, já que as plantas medicinais surgem como mais uma possibilidade de renda. “A demanda por essas plantas está cada vez maior e, por aqui [na região Norte de Minas], quase ninguém produz”, comenta.
Entre as plantas com propriedades medicinais envolvidas na pesquisa, a melissa é conhecida por sua ação calmante, sedativa e indutora do sono. Já o manjericão apresenta propriedades antiespasmódicas, digestivas, antimicrobianas e inseticidas; além de fitoterápica, o manjericão é uma planta aromática e condimentar.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Instituto de Ciências Agrárias /UFMG - (38) 2101-7773 /
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