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A venda de boi gordo na bolsa será mais uma alternativa de comercialização segura aos pecuaristas goianos.
Uma parceria da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) com a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) dará início, em Goiás, à comercialização eletrônica de boi gordo no mercado físico. O Programa BOI NA BOLSA – que será lançado no dia 20 de abril, na sede do Sistema Faeg/Senar, em Goiânia - está estruturado para funcionar como um mecanismo de garantia, ao produtor, de recebimento antecipado pelos animais fornecidos aos frigoríficos.
De acordo com o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, José Manoel Caixeta Haun, a Central do Boi sediada na Federação fará a ponte entre o pecuarista interessado em ofertar animais na bolsa e as corretoras participantes do Programa. A Central levantará todas as informações sobre os animais, os dados do ofertante e o valor de venda da arroba sugerido pelo produtor e repassará às corretoras. Os animais serão ofertados no pregão eletrônico no mercado regional e nacional.
Haun explica que a vantagem desta modalidade de comercialização é a garantia do recebimento. Ele explica que quando o negócio é fechado, o frigorífico deve repassar à bolsa 90% da quantia negociada três dias antes do embarque dos animais na fazenda. Após o abate, a indústria repassa os outros 10% restantes. “Dessa forma, o pecuarista tem a certeza de que o pagamento pelos animais fornecidos está garantido”, ressalta Haun.
Pelo pagamento à vista
O Programa BOI NA BOLSA é uma consequência da campanha Gado Só à Vista, lançada pela Faeg no fim do ano passado e que vigorou nos três estados da região Centro-Oeste. A campanha incentivava os produtores a mudarem sua forma de comercialização com a indústria e os estimulava a adotarem a venda somente à vista. No período em que a campanha vigorou, uma série de indústrias frigoríficas entrou com pedidos de recuperação judicial, alegando falta de liquidez devido à crise mundial. Frigoríficos pararam suas operações, funcionários foram demitidos e credores não pagos.
Somente nos três estados do Centro-Oeste mais de 40 indústrias pararam operações, encerraram atividades ou entraram em recuperação judicial, na época. As dívidas com os pecuaristas chegaram à casa dos R$ 65 milhões somente em Goiás. A expectativa é de que o BOI NA BOLSA, além de deixar a relação entre pecuarista e indústria mais segura, permitirá que o produtor passe a colocar preço em seu produto e lhe dê condições de negociar.
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner adianta que com o lançamento do Programa BOI NA BOLSA, a Federação espera começar a trabalhar o conceito de peso vivo na fazenda. Hoje, explica, a maior parte do gado comercializado é pesado dentro da indústria. A ideia é que a pesagem seja na propriedade. “Já há casos de produtores que, individualmente, adotam a negociação de pesar o animal nas balanças da propriedade antes do embarque, mas queremos propor um formato que possa ser ampliado para o maior número possível de pecuaristas em médio prazo”, comenta Schreiner.
Fonte: Departamento e Comunicação Integrada do Sistema Faeg/Senar - (62) 3096-2208 /
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