Brasil deverá ter 44,5% do mercado mundial de carnes em 2020
Em um meio onde as lideranças são predominantemente masculinas, os dados sobre as mulheres no meio rural ainda são pouco otimistas. Embora representem 50% da população rural e 50% delas estejam em idade produtiva, menos de 15% das propriedades são administradas por mulheres.
A maioria delas começa a trabalhar cedo, antes do 15 anos, acompanhando os pais na roça. Além da carga-horária de trabalho, boa parte não conta com ajuda do companheiro na hora de lavar, passar, cozinhar, cuidar dos filhos, o que faz com que, no total, a mulher trabalhe 6 horas a mais que o homem.
Apesar dos números desfavoráveis, o papel da mulher no meio rural muda gradativamente e as lideranças femininas deixam de ser um caso raro no setor. Embora lentas, é possível observar que as conquistas são gradativas e acontecem de maneira natural. É o caso de Ana Cristina Tavares, 41, que desde 2002 administra as propriedades da família no município do Conde, Paraíba, onde criam gado e cavalos.
“Nunca sofri preconceito por ser mulher. Não acredito que liderança dependa do sexo, mas do temperamento de cada um”, afirma Cristina. Mãe de dois filhos, ela é responsável pelo comando de 28 funcionários, que encararam com naturalidade a presença de Cristina. Afinal, já estavam acostumados com a outra líder feminina: a mãe de Cristina exercia a função, até convidar a filha para substituí-la.
Karina Bezerra, 31, é a primeira presidente mulher do Sindicato dos Produtores Rurais de Serra Branca. A Paraíba possui 44 sindicatos rurais. Destes, apenas seis são presididos por mulheres. Karina, que ocupa o cargo há 10 anos, afirma que a mulher tem mais jeito de lidar com determinadas situações e possui um poder de persuasão natural.
Filha e neta de produtores rurais, ela cresceu nesse meio e acredita que a escolha do seu nome para presidir o sindicato tenha sido algo natural, já que trabalhava nas associações e era conhecida entre os produtores.
Outro sinal que demonstra que a mulher vem conquistando seu espaço e ganhando força no meio rural é a presença, pela primeira vez, de uma mulher à frente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Desde 2008, a CNA é presidida pela Senadora Kátia Abreu. Isso garantiu uma maior sensibilidade em relação aos problemas enfrentados pelas mulheres no meio rural e preocupação para criação de projetos voltados para a saúde feminina.
O projeto Útero é Vida, lançado em 2009 pela CNA, busca facilitar o acesso de atendimentos básicos na área de saúde, com a realização de exames laboratoriais, como o papanicolau. Além disso, a parte educacional também ganha destaque, com palestras sobre higiene, nutrição, planejamento familiar e doenças sexualmente transmissíveis para incentivar a prevenção de doenças, a auto-estima e a qualidade de vida das mulheres em idade reprodutiva. Ainda em 2010, através do SENAR-PB, a Paraíba irá receber o programa.
O aumento da força da mulher no campo é reflexo do que vem acontecendo há alguns anos nos diversos setores da economia e do mundo. Com capacidade de assumir vários papéis e ainda se qualificar, a mulher tem ampliado sua importância para o mercado de trabalho como um todo e sempre com resultados positivos.
Fonte: Assessoria de Comunicação FAEPA-SENAR
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