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A preocupação com a fixação da juventude rural no campo e a ampliação de políticas públicas que possibilitem essa situação tomaram conta das discussões da XVIII edição da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), evento realizado em Caxias do Sul (RS), cuja abertura oficial será nesta quarta-feira (14) com a presença dos ministros brasileiros do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, e das Relações Exteriores (MRE), Antonio Patriota.
Durante o debate, que reuniu representantes de várias áreas do MDA, além de membros da sociedade civil do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, chegou-se ao consenso sobre a necessidade da criação de projetos que visem o bem-estar dessa parcela da população. “Queremos provocar os jovens e, também, os gestores dos países que fazem parte da Reaf, para apontar os rumos e desafios dessa importante questão. Vamos refletir um modelo diferente de juventude rural, para que possamos apontar rumos”, afirmou a assessora especial de Juventude do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ana Carolina Silva. No que completou o secretário técnico da Reaf, Lautaro Viscay: “A ideia é buscar mais riquezas e novas iniciativas para ver quais nossos rumos e definir novas atividades para a agenda política da Reaf em relação ao tema”.
Nesse sentido, a professora Suzana Valle de Lima, da Universidade de Brasília (UnB), apresentou o estudo Panorama das Políticas Públicas para Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural com Enfoque na Juventude, com objetivo de estudar a situação e o acesso do jovem rural aos programas e políticas de acesso à terra, com foco na reforma agrária e crédito fundiário. “Há uma proporção grande de jovens nos assentamentos, mas há desequilíbrio de gênero. As mulheres saem mais do campo e o acesso à educação e formação profissional é complicado, assim como o processo de sucessão e herança da terra”, observou Suzana Valle ao realçar outros fatores levam o jovem a abandonar o campo como o aumento da oferta de trabalho no meio urbano, as condições ruins de saneamento no meio rural, entre outros.
Participação do jovem
O secretário nacional da Agricultura Familiar (SAF/MDA), Valter Bianchini, assegurou que o rural “é a diversidade em si”. “Temos mais de quatro milhões de agricultores familiares e a juventude rural, hoje, tem o dobro da instrução da maioria dos agricultores familiares. Temos mais de cinco milhões de estabelecimentos rurais, com quase oito milhões de domicílios (rurais). Esses números exigem políticas públicas adequadas, com um novo ambiente educacional, com capacitação profissional e uma Ater diferenciada”, garantiu.
Representante da Argentina no evento, Carla Campos analisou que a tarefa da Reaf é colocar no setor de produção de alimentos garantias de segurança alimentar. “A Reaf surgiu para garantir segurança alimentar. A melhor maneira de participação dos jovens no desenvolvimento é uma participação ativa na política e na tomada de decisões”, adiantou.
Para a representante do Uruguai na Reaf, Roxana Froidevaux, o problema tem muitas bases e a condição de trabalho e autonomia são alguns deles. “Quem são esses jovens? É dada oportunidade de sonhar, errar, escolher na vida e na unidade familiar”, questiona Roxana ao lembrar uma canção uruguaia que diz: “‘Para que tanto campo vazio e tanta gente junta na cidade?’”
Após o debate inicial, os participantes do evento dividiram-se em painéis e discutiram temas como Acesso à Terra, Educação e Novas Tecnologias e Autonomia Profissional e Condições de Trabalho, em que representantes do MDA, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de integrantes da sociedade civil deram suas contribuições ao tema.
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