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Um projeto de cooperação entre a Microgeo, empresa 100% brasileira do setor biológico, e a Embrapa vai desenvolver um conjunto de indicadores, estruturado com um multiatributo do método APOIA-NovoRural, para executar um diagnóstico de saúde e qualidade biológica dos solos no Brasil.
Propõe-se que com esta nova ferramenta, produtores rurais, agentes de assistência técnica e pesquisadores tenham uma base integrada de informações para tomadas de decisão sobre adubação e manejo de fertilidade dos cultivos. Além disso, poderão avaliar os impactos positivos do uso do Microgeo – uma tecnologia que restabelece a biodiversidade do solo, garantindo processos metabólicos mais eficientes e um melhor sistema produtivo em suas plantações.
“Esta ferramenta vai possibilitar, de fato, uma agricultura sustentável. O domínio da biologia do solo (microbioma) em conjunto com a física e a química, tornam-se conhecimento obrigatório para tomadas de decisões nos manejos agrícolas atuais. A eficiência dos insumos e das operações é melhorada, gerando reduções de custos e de riscos”, afirma Caio Suppia, Diretor de Desenvolvimento Humano e Marketing da Microgeo.
A biotecnologia tem sido empregada em ampla diversidade de cultivos, nos mais variados ambientes produtivos do país. A ideia do projeto é prover um método que permita registrar, interpretar e comunicar resultados integrados de qualidade do solo, provenientes de análises obtidas em áreas de produção ou experimentos relativos à aplicação do Microgeo.
“A iniciativa visa complementar os índices de sustentabilidade que vêm sendo propostos na Embrapa, direcionados à gestão ambiental de estabelecimentos rurais. O módulo específico de indicadores, relativos à atividade biológica dos solos, permitirá qualificar índices de desempenho ambiental e produtivo, em alinhamento com as diretrizes do novo ‘Programa Nacional de Bioinsumos’, cuja finalidade é ampliar e fortalecer a utilização da biotecnologia agrícola no País”, destaca Geraldo Stachetti Rodrigues, Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente.
Para Rodrigo Mendes, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, a execução deste projeto é um importante passo para traduzir recentes conceitos teóricos relacionados à saúde do solo, incluindo a exploração do microbioma, para a realidade dos sistemas de produção, pavimentando o caminho para uma agricultura mais sustentável.
“A customização do APOIA-Novo Rural através da parceria com a Microgeo pontua a necessidade de agregar inovação à sustentabilidade. O projeto mostra que a avaliação de impactos, em várias dimensões da qualidade do solo, fomenta, por meio do diagnóstico, a implementação de sistemas de manejo adequados para o ecossistema, aumentando, por consequência, a competitividade do agronegócio”, ressalta Ana Paula Contador Packer, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa.
As etapas de trabalho envolvem a seleção de indicadores a partir do vasto banco de dados da Microgeo e de apontamentos e estudos dirigidos por especialistas da Embrapa; seguida de simulações e ajustes de ponderação para formulação do módulo multiatributo de registro, interpretação e comunicação de qualidade do solo (APOIA-Microgeo); acompanhamento de avaliações em campo para aprimoramento de validação dos indicadores, a partir dos dados coletados pela companhia e seus parceiros, e realização de análises complementares; e por fim, a conclusão do trabalho com a entrega da metodologia científica, que será uma ferramenta inédita que os agricultores poderão utilizar para diagnosticar a qualidade dos solos e tangibilizar os benefícios que a diversidade biológica, restabelecida com o uso do Microgeo, proporciona.
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