Benefícios da poda mecânica de videiras
Vitivinicultura passa cada vez mais a demandar o uso da mecanização para o manejo da videira
Mesmo com a essencialidade da cadeia de alimentação e sem grandes interrupções na produção, o setor de frutas e hortaliças foi afetado pela pandemia da covid-19 em 2020, principalmente por conta da queda da atividade econômica, da restrição parcial da comercialização e de mudanças dos hábitos de consumo. Isso é o que indica o Anuário 2020-2021 da Hortifruti Brasil (edição de dezembro/20-janeiro/21), publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Segundo pesquisadores da equipe da HF Brasil, esses fatores tiveram maior ou menor impacto em diferentes momentos no decorrer de 2020.
Em termos de restrição da comercialização doméstica, foi mais evidente no período de maior isolamento social (entre o final de março e maio), quando os atacados trabalharam de forma limitada, algumas feiras livres foram suspensas, e parte dos restaurantes, fechados. A menor mobilidade da população também restringiu o fluxo de comercialização de produtos mais perecíveis, como as folhosas e algumas frutas (de menor tempo de prateleira). No final de 2020, o setor ainda sente os efeitos de interrupções na comercialização para importantes clientes, como hotéis, escolas e parte dos restaurantes.
Já no caso de cadeias voltadas à exportação, as vendas de frutas frescas brasileiras apresentaram bom desempenho ao longo da pandemia, favorecidas pelo dólar elevado, pela demanda externa aquecida e pelo fato de concorrentes do Brasil apresentarem menor disponibilidade de frutas. No geral, o produto mais prejudicado foi o mamão, principalmente no início da quarentena, devido à menor disponibilidade de transporte aéreo.
Em termos de hábitos de consumo, a demanda por frutas e hortaliças frescas esteve mais aquecida no início da pandemia (final de março e abril), visto que muitos consumidores buscaram fortalecer a imunidade diante do vírus. Passados alguns meses, produtos indulgentes e ultraprocessados novamente tomaram espaço. Um comportamento positivo ao longo da pandemia foi que, com a recomendação de isolamento domiciliar, mais pessoas passaram a preparar suas próprias refeições, resultando em demanda firme por alimentos in natura e semiprocessados.
No grupo das hortaliçaz, a expectativa é de retomada dos investimentos em área, compensando, em boa parte, as reduções em 2020. Os destaques são os segmentos industriais de batata e tomate. No caso de batata pré-frita, verifica-se, novamente, retomada de crescimento de área em 2021 (em 2020, por conta da atividade parcial do setor de food service, os investimentos foram contidos). Para a indústria de tomate, o aumento dos plantios deve compensar uma parcela da redução nos anos de 2018 e 2019.
Quanto à área de frutas em 2021, os investimentos mais visíveis são na área de manga e uva de mesa no Nordeste. Nas demais, a previsão é de estabilidade. A boa rentabilidade obtida com as exportações em 2020 pode incentivar os investimentos. Outra cultura que deve ter retomada em 2021 é a melancia, visando a recuperação da queda em 2020. Vale lembrar que, como várias frutas analisadas pelo Hortifruti/Cepea são perenes, o efeito da redução de área por conta da pandemia foi menor quando comparado ao observado para as hortaliças.
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