Países produtores de café importam mais de 800 mil sacas de cafés brasileiros de janeiro a setembro

Exportações brasileiras de café atingem 24 milhões de sacas com receita cambial de US$ 3,5 bilhões nos primeiros nove meses deste ano

26.10.2018 | 20:59 (UTC -3)
Jamilsen Santos

Os Cafés do Brasil geraram US$ 3,536 bilhões de receita cambial com 23,644 milhões de sacas de 60kg exportadas no período de janeiro a setembro de 2018, volume que representa um crescimento de 7,3%, se comparado com o mesmo período do ano passado, o qual atingiu 22,031 milhões de sacas. Do total exportado nesse mesmo período deste ano, 22,833 milhões de sacas (96,6%) destinaram-se a países importadores que não produzem café. Além disso, do volume total exportado, destacam-se que 811,482 mil sacas (3,4%), incluindo café verde e industrializado, foram destinadas a países produtores. Embora pouco expressivo em relação ao total de café exportado pelo Brasil, o volume de exportação para países produtores teve aumento de 57% em relação ao mesmo período de 2017, que foi de 517,264 mil sacas.

Em relação especificamente ao café verde exportado para países produtores, o volume alcançado foi de 386,962 mil sacas, as quais equivalem a quase metade (47,7%) do café exportado para países produtores de janeiro a setembro de 2018. Três países foram responsáveis por aproximadamente 90% das importações de café verde brasileiro (por parte de países produtores) nesse período: México, com 173,605 mil sacas, que representaram 44,9%; Colômbia, com 118,830 mil sacas (30,7%); e Indonésia, com 52,158 mil sacas (13,5%).

Esses dados e números da performance das exportações dos Cafés do Brasil dos nove primeiros meses de 2018, ora em destaque, entre outros dados relevantes do setor constam do Relatório mensal setembro 2018do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé, que está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

Para estabelecer uma análise adicional da performance cafeeira dos países citados, é possível verificar com base nos dados da Organização Internacional do Café – OIC o seguinte: no ano cafeeiro 2017-2018, a produção de café do México foi de 4 milhões de sacas e seu consumo, 2,400 milhões de sacas; a produção da Colômbia foi de 14 milhões de sacas e o consumo, 1,800 milhão de sacas; e a produção e consumo da Indonésia foi de 14 e 4,700 milhões de sacas, respectivamente. Tais números permitem inferir que esses países produtores, que importam cafés do Brasil, adotam essa medida para equilibrar o seu respectivo quadro de suprimento: produção, consumo, exportação e estoque.

Nesse sentido, de forma complementar, o Relatório mensal setembro 2018do Cecafé, aponta que os países exportadores de café foram responsáveis pelo consumo de 31,2% do consumo mundial em 2017, que totalizou volume de 162,232 milhões de sacas. Nesse particular, vale ressaltar que o consumo nesse ano correspondeu a 13,6% do consumo mundial O Relatório apresenta ainda uma série histórica do consumo de café no período de 2012 a 2017, na qual constata que o crescimento médio anual do consumo dos países exportadores foi de 2,7%, e dos países importadores, 2%.

Com relação à performance brasileira nas exportações de café, o Cecafé informou no seu relatório que no mês de setembro de 2018 o volume exportado foi de 3,019 milhões de sacas, ao preço médio de US$ 135,88, com receita cambial de US$ 410,35 milhões. Tal volume teve crescimento de 23,7% em relação a setembro de 2017, mês em que o país exportou 2,442 milhões de sacas ao preço médio de US$ 166,87 por saca. Do volume total de café exportado em setembro deste ano, foram 2,739 milhões de café verde, sendo 2,447 milhões de sacas de café arábica e 291,665 mil sacas de robusta. O volume de café industrializado exportado nesse mês somou 281,195 mil sacas, das quais 280,348 mil sacas foram de café solúvel e 847 sacas de torrado e moído.

Confira esses e outros dados relevantes da performance das exportações do setor cafeeiro no Relatório mensal setembro 2018, do Cecafé. Como representante do setor privado, o Cecafé, juntamente com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, Conselho Nacional do Café – CNC, Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS, faz parte do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa.

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