ESPECIAL SHOW RURAL: Saldo positivo marca participação da New Holland no 26º Show Rural Coopavel
Motivado pela notícia de que o Rio Grande do Sul liderou no País a produção industrial em 2013 – o crescimento foi de 6,8% em relação ao ano anterior -, o governador Tarso Genro abriu oficialmente na manhã de sábado (08/02), a colheita de milho no Estado. No evento, realizado na propriedade da família Sartori, interior de Pejuçara, na região Noroeste Colonial, Tarso Genro agradeceu a confiança de agricultores e empresários no seu projeto de governo e falou sobre temas delicados, como licenciamento ambiental e energia elétrica. O governador foi aplaudido por aproximadamente 400 pessoas ao garantir que o programa Mais Água Mais Renda vai continuar, com mais investimentos. “Este programa não vai ser interrompido, ele, inclusive, vai ser ampliado”, assegurou Tarso Genro.
Para ilustrar como os programas de irrigação do Governo do Estado aqueceram a indústria, foi anunciado durante o evento que a Focking, fabricante dos pivôs exibidos na lavoura de milho da família Sartori, esteve operando em três turnos, em sua planta localizada na cidade de Panambi, e já teria fabricado mil pivôs, adquiridos por produtores com financiamento do governo. “Queremos enaltecer o (programa) Mais Água, Mais Renda e a valorosa parceria com a Emater. Temos feito os projetos, dentro da lei e da legalidade”, disse o prefeito de Pejuçara, Eduardo Buzzatti.
Somente na região de Ijuí – que compreende os Coredes Noroeste Colonial, Alto Jacuí e Celeiro -, a Emater/RS-Ascar elaborou, até o momento, 173 projetos de irrigação, dos quais, 121 são do programa Irrigando a Agricultura Familiar e 52, do Mais Água, Mais Renda, ambos do Governo do Estado. Em Pejuçara, 11 pequenos produtores rurais tiveram seus projetos concluídos pela Emater/RS-Ascar, segundo o técnico agrícola da Instituição, Gustavo Basso.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Luiz Fernando Mainardi, comemorou o “extraordinário avanço” alcançado em apenas três anos, ou seja, 100 mil hectares irrigados, a mesma marca alcançada em três décadas.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho/RS), Cláudio de Jesus, o Estado acerta ao complementar com políticas públicas os esforços empregados na lavoura. “Irrigação, tecnologia de semente e assistência técnica – não podemos perder a Emater, que é fundamental para melhorar a produção, porque o produtor sozinho não consegue andar”, disse o presidente da Apromilho.
Contudo, Cláudio de Jesus disse que o Rio Grande do Sul tem potencial para sair do patamar aproximado de cinco milhões de toneladas, projetadas para a atual safra de milho. “Não é sonhar demais, se tivéssemos toda a área de milho irrigada, iríamos colher 14 milhões de toneladas. Temos de começar a pensar em represas, para produzir água para os produtores vizinhos. Temos de evoluir, ter coragem para sentar e dialogar. Não queremos ser inimigos do meio ambiente e da Fepam”, disse Cláudio de Jesus.
Um bom exemplo de como a irrigação pode alavancar a produção é a lavoura de milho de 60 hectares irrigados do anfitrião do evento, o produtor Benjamin Sartori. A produtividade foi de 240 sacos por hectare. É o segundo ano que ele irriga a lavoura de milho. “A diferença é grande, em média, são seis sacos a mais por hectare com irrigação", exalta Sartori.
Sobre a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o Estado, segundo o governador Tarso Genro, não tem poupado esforços para recuperar o órgão nas áreas técnica, científica e de pessoal, porque a Fepam tem a enorme responsabilidade de auxiliar na construção de políticas públicas que não sejam demagógicas. “Não adianta determinar todos os licenciamentos se no outro dia o Ministério Público vai lá e tranca. Estaríamos criando uma ilusão para o produtor e nós não fazemos isso. Nós temos de fazer licenciamento de forma equilibrada, rápida e dentro da lei para não prejudicar o produtor”, disse o chefe do executivo gaúcho.
A respeito de investimentos no setor energético, cobrados no evento pelo representante da Câmara dos Deputados, deputado federal Luis Carlos Heinze, Tarso Genro disse que esse é um problema “real”, resultado de privatizações praticadas no passado. “A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), em um governo anterior, foi esquartejada, vendida naquela sanha privatista. O núcleo da CEEE que ficou com o governo foi o que tinha todas as dívidas. As empresas que compraram as outras partes da CEEE ficaram com as linhas e com a vantagem da cobrança e dos investimentos. Algumas delas fazem serviço bom e outras, estão nos devendo. É importante compreender que este problema de energia não foi implantado hoje, ele deriva de uma situação anterior, quando a CEEE foi praticamente destruída”, disse.
Em 1997, dois terços da CEEE foram privatizados. Ainda segundo Tarso Genro, o Estado se articula internamente para responder à demanda energética da sociedade gaúcha.
Também participaram da Abertura Oficial da Colheita do Milho no RS, o coordenador do Fórum Nacional do Milho, Odacir Klein, presidente da Associação dos Municípios do Planalto Médio (Amuplam), Geder Mori, engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Auria Schröder, e o prefeito de Horizontina, Nildo Hickmann, próximo anfitrião do evento, em 2015.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura