AGCO marca presença em debate sobre “Macroeconomia e os reflexos no agronegócio”
“Mesmo com a crise atual, com absoluta certeza a AGCO vê o Brasil de forma muito positiva perante o agronegócio e a América do Sul"
Cerealistas, cooperativas, sementeiras e fábricas de insumos estão preocupados com as notícias dos agricultores do Rio Grande do Sul de que irão reduzir muito a área no próximo ano, devido à quebra de duas safras consecutivas, segundo a Consultoria Trigo & Farinhas. Se perguntar hoje a qualquer triticultor gaúcho ele vai dizer que não irá plantar trigo na próxima safra, mas é claro que não será tanto assim. A tendência, porém, é, sim, de queda na área plantada para a próxima temporada de 2016/17, pelo menos no Rio Grande do Sul.
Ocorre que, no faturamento global do ano, as vendas de insumos e sementes para o trigo representam entre 25% e 30% do faturamento do setor, segundo Luiz Carlos Pacheco, analista sênior da Consultoria. Se os agricultores não plantarem trigo, este será o percentual de queda no faturamento anual das empresas, o que não é pouco.
Mas, o que fazer para voltar a entusiasmar os agricultores a plantarem trigo, correndo o risco de nova perda?
São várias as ações que podem ser tomadas, segundo Pacheco:
a) Em primeiro lugar, é pouco provável que ocorra um novo fenômeno El Niño por dois anos consecutivos;
b) Em segundo lugar, deve-se considerar que o problema dos agricultores não é exatamente com a perda do grão, mas com a perda da lucratividade. Então, se, mesmo com a perda do grão, pudermos manter a lucratividade, é muito provável que se possa fazê-los voltar a plantar, garante a Consultoria Trigo&Farinhas.
Novamente, como se faz isto?
Garantindo preços futuros adequados. É o que duas cerealistas do Rio Grande do Sul já estão começando a fazer. “Descobrimos o mercado futuro", revelou o diretor de uma delas, que não quer se identificar. “E, mais do que isto, descobrimos uma espécie de seguro da lucratividade que, mesmo que o agricultor não colha trigo de boa qualidade, ainda possa ter lucro", completou.
E não é mágica, trata-se apenas de utilizar os recursos que estão à disposição de qualquer empresa. Este recurso é o hedge na Bolsa de Chicago (mas hedge, cobertura, não especulação, que quebrou algumas empresas do estado). "No início da safra, quando as cotações ainda estão altas, fixamos um preço entre 10% e 15% acima dos custos de produção do agricultor e o repassamos a ele, antes ou durante o plantio e garantimos este preço mesmo que ele não colha trigo de boa qualidade, porque juntamos os lucros da Bolsa com os preços obtidos no mercado físico com a venda de trigo forrageiro e conseguimos um preço final bom para os dois lados", concluiu o diretor.
No ano passado, segundo a Consultoria Trigo & Farinhas, houve chance de fixação dos preços do trigo a R$ 64,00/saca em maio/14, depois a R$ 56,00/saca em dezembro e finalmente a R$ 51,00/saca em junho/15, mas poucas empresas sequer perceberam isto e muito menos aproveitaram para fixar os preços do trigo, que estão sendo negociados agora a R$ 32,00 e todo mundo diz que é baixo. “É isso que queremos aproveitar", disse o diretor.
Fazemos também, é claro, um seguro da safra, seguro do financiamento, etc, tudo o que tem direito. Mas, o mais importante é o seguro do preço final, que é fixado agora, enquanto os preços para 2016 ainda estão relativamente altos.
Para isto, as duas empresas estão se preparando desde novembro último, com a implantação dos documentos para operar em Chicago e dos cálculos internos diários para acompanhamento dos preços. “Não é algo para fazer em cima da hora", diz o diretor. “Tem que implantar na empresa todo o modus operandi, entender bem todos os passos e treinar bastante".
“Com isto esperamos, não só manter as vendas de insumos para o plantio do trigo, como elevá-los, para a próxima temporada", afirma com convicção do diretor.
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