Operação Piratas do Agro apreende 37 toneladas de agrotóxicos falsificados em Goiás

Esquema de falsificação de agrotóxicos foi desarticulado em uma ação realizada pela Agrodefesa em conjunto com o Mapa, PMGO e Polícia Técnico-Científica

05.04.2024 | 14:10 (UTC -3)
Fernando Dantas, edição Revista Cultivar
Foto: divulgação
Foto: divulgação

Uma operação realizada conjuntamente pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Ministério da Agricultura (Mapa), Polícia Militar de Goiás (PMGO), por meio do 26º Batalhão, e Polícia Técnico-Científica (PTC), desarticulou um esquema de falsificação de agrotóxicos, em Caldas Novas, na região Sul de Goiás. No total, 37 toneladas de produtos agrotóxicos falsificados, entre herbicidas, pesticidas e inseticidas, além de produtos veterinários vencidos, foram encontrados em diferentes endereços do município, em operação denominada "Piratas do Agro". A apreensão dos defensivos falsificados está sendo considerada uma das maiores da história no Estado. 

Nos locais averiguados – uma chácara na zona rural de Caldas Novas e um galpão na cidade – foram encontradas embalagens cheias de agrotóxicos vencidos, em suas embalagens originais, bem como de embalagens vazias, limpas e novas, sem rótulos, aparentemente sem utilização. Nas embalagens vazias havia a identificação de grandes produtores nacionais. 

Ainda foram encontrados equipamentos de laboratório, como misturadores, betoneira, tonéis, entre outros, também tambores, balança de precisão, equipamentos para lacrar e máquina seladora de embalagens, além de caixas de papelão novas, e embalagens de agrotóxicos cheias, sem nenhuma identificação. Foram encontrados no local, ainda, selos e rótulos novos a serem aplicados.

“A apuração realizada tanto pelos fiscais estaduais agropecuários da Agrodefesa, quanto os auditores do Mapa e as forças de seguranças apontam para a reutilização de produtos vencidos que eram adulterados e reembalados com novo prazo de validade”, explica o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos. “Esses produtos além de causarem prejuízos aos produtores rurais, por sua ineficácia no combate a pragas e doenças, também representavam grave ameaça à saúde da população e ao meio ambiente, quando aplicados”, completa.

Identificação do responsável

O responsável pelos locais foi identificado pelas autoridades policiais e conduzido à Delegacia da Polícia Civil para averiguações. A apreensão, remoção e guarda dos produtos e dos materiais ficaram sob responsabilidade dos auditores federais do Mapa e o responsável foi autuado também pela Agrodefesa, conforme o artigo 20 da Lei Estadual nº 19.423/2016, por falsificar e adulterar agrotóxicos, seus componentes e afins.

Ele responderá por crimes contra a saúde pública e relacionados à falsificação de agrotóxicos com a estocagem e destinação indevida de resíduos e embalagens, desrespeitando as leis sanitárias e ambientais.

Fabricação, uso e comercialização de agrotóxicos

A ação em diferentes instâncias se dá porque cabe ao Governo Federal, por meio do Mapa, e ao Governo de Goiás, por meio da Agrodefesa, a gestão de diferentes competências a respeito da legislação sobre a fabricação, uso e comercialização de agrotóxicos. A Agrodefesa é o órgão responsável pela fiscalização do cumprimento da legislação estadual referente a agrotóxicos, seus componentes e afins, conforme consta na Lei Estadual nº 19.423/2016, regulamentada pelo Decreto Estadual nº 9.286/2018.

“O Governo de Goiás, por meio da Agrodefesa, tem todo um cuidado em relação à gestão do uso de agrotóxicos no Estado”, completa o diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Augusto Amaral. 

Para ele, a ação de fiscalização representa um grande feito, por corroborar com todo o trabalho realizado dentro da Gerência de Sanidade Vegetal da Agrodefesa que faz o controle no estado dos agrotóxicos registrados pelo Mapa. “Mais uma vez, o Estado contribui para que não só a legislação seja aplicada, como para a garantia de que nossos produtores estejam protegidos em relação a pessoas de má-fé, tendo uma produção assegurada conforme padrões definidos conforme legislação”, finaliza.

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