Oficina debate novo programa para o trigo no Brasil

05.08.2009 | 20:59 (UTC -3)

O aumento da competitividade do trigo nacional é um dos grandes desafios tratados pela Oficina sobre Trigo no Brasil, evento que reúne o governo federal, pesquisadores e entidades representativas da cadeia produtiva do trigo em Brasília nos dias 4 e 5 de agosto.

O encontro debate a implementação de um novo programa específico para o produto, dentro da Política de Desenvolvimento Produtivo do governo federal.

O evento é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pelo Comitê Gestor do Fundo do Agronegócio e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (CNPq).

Segundo a Coordenadora Geral de Agronegócios do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Rita de Cássia Vieira, a nova política deverá ter como propostas aumentar o consumo de trigo e derivados, melhorar a competitividade do produto e desenvolver novas tecnologias de produção, entre outras. “Nesta oficina vamos definir uma agenda de trabalho, o que será feito e responsáveis pelas ações, os prazos e os recursos disponíveis”, relatou na abertura dos trabalhos.

No primeiro dia do encontro (4), o pesquisador da Universidade Federal do Paraná, José Roberto Canziani, apresentou os principais entraves para o desenvolvimento da triticultura no país. Segundo disse, a logística é um problema, pois a produção do sul precisa ser escoada para outros estados. Além disso, é preciso haver estabilidade na produção e na produtividade, que ainda varia muito. Outro desafio é a qualidade. “É preciso aumentar o investimento em pesquisa, por causa da grande produtividade do trigo argentino”, avaliou.

No evento, o pesquisador Gilberto Rocca da Cunha, chefe-geral da Embrapa Trigo, abordou o potencial do trigo irrigado no cerrado, que é um dos mais promissores para a expansão da triticultura no país e vem sendo pesquisado pela Embrapa Cerrados, em parceria com a Embrapa Trigo. Enquanto o país tem uma produtividade menor que a média mundial, que é de três mil quilogramas por hectare, o trigo nessa região produz até sete mil quilogramas por hectare. “Poucos lugares do mundo tem esse potencial, que é reflexo do ambiente e de uma genética adequada”, explica.

O segundo dia de evento vai abordar os estrangulamentos e prioridades do setor produtivo. Para isso, o grupo vai atuar dividido em grupos de trabalhos temáticos sobre: Ciência e Tecnologia; Instrumentos de Política; Produção, Indústria, Comércio; Infraestrutura e Logística. A partir dos resultados das discussões, será elaborado o relatório final da oficina que subsidiará a política.

Clarissa Lima Paes

Embrapa Cerrados

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