O Brasil precisa de adidos agrícolas nas embaixadas

05.03.2015 | 20:59 (UTC -3)

O governo federal criou em 2008 o cargo de adido agrícola em embaixadas no exterior para pesquisar mercados e facilitar negociações sobre temas sanitários. O Brasil era a única potência agrícola que não dispunha de adidos agrícolas. Sabemos que os adidos são essenciais na prospecção de negócios e para o acompanhamento dos mercados. A agricultura e o agronegócio são segmentos muito amplos e complexos e ninguém deve esperar que os embaixadores tenham tempo e conhecimento para tratar desses temas.

Essa era uma grande aspiração do setor e a decisão foi tomada após meses de negociação entre os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura. Os cargos foram criados através do decreto presidencial nº 6.464, publicado em maio de 2008, inicialmente, nas embaixadas brasileiras na Argentina, na China, no Japão, na Rússia, nos Estados Unidos, na África do Sul, em Bruxelas (capital da União Européia) e em Genebra (sede das Nações Unidas na Europa).

Adidos agrícolas devem ser funcionários concursados do Ministério da Agricultura - veterinários ou engenheiros agrônomos - que, depois de escolhidos, passam por treinamento de seis meses no Instituto Rio Branco, antes de assumir as funções. Na prática, os adidos não serão apenas auxiliares dos diplomatas. Fazem a prospecção de mercado para setores específicos da agricultura, identificando produtos do agronegócio brasileiro que não entram em determinados países ou cuja exportação pode aumentar.

Essa conquista deve ser fortalecida. Apenas oito embaixadas contam com adidos agrícolas, mas, deve-se estimular a vontade política do governo em selecionar, formar e nomear novos profissionais. O Brasil pode e deve ter uma nova postura comercial no exterior, com maior competência e agilidade nas negociações e intervenção mercadológica do Brasil.

A criação do adido agrícola é o reconhecimento da importância e da potencialidade do agronegócio brasileiro no mercado externo. Com mais informações sobre os temas do setor, as embaixadas brasileiras têm capacidade para melhorar seu campo de atuação. O governo brasileiro já possui adidos em áreas, como a militar, de inteligência e tributação. No caso dos adidos agrícolas, os profissionais atuam em postos estratégicos no exterior, com a responsabilidade de subsidiar os embaixadores brasileiros com informações qualificadas, principalmente em temas sanitários e fitossanitários.

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