Novo método para controle da sigatoka-negra na Amazônia rende prêmio a pesquisador

Pesquisador Luadir Gasparotto foi premiado com o trabalho “Alternativas para o controle da sigatoka-negra da bananeira na Amazônia”

07.11.2022 | 14:00 (UTC -3)
Embrapa
Gasparotto mostra aparelho de aplicação de fungicida; Foto: Síglia Souza
Gasparotto mostra aparelho de aplicação de fungicida; Foto: Síglia Souza

O pesquisador Luadir Gasparotto, da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM), foi agraciado com o Prêmio Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente de 2022, na categoria Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Região Amazônica, com o trabalho “Alternativas para o controle da sigatoka-negra da bananeira na Amazônia”. A premiação valoriza as diferentes categorias de iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável e local da região. A entrega da premiação acontecerá dia 25 de novembro em Porto Velho, RO.

Gasparotto apresentou o trabalho que desenvolveu para evitar o contágio da sigatoka negra na bananeira pacovã, baseado na aplicação de fungicida na axila foliar da planta. A sigatoka é considerada a doença foliar mais destrutiva e de maior valor econômico nos cultivos de banana e da banana-comprida. Em todas as regiões produtoras de banana em grande escala, o controle da doença é efetuado com aplicação de fungicidas utilizando aviões e/ou helicópteros. Na Amazônia, onde as condições climáticas são extremamente favoráveis ao patógeno, a aplicação aérea é técnica, ecológica e economicamente inviável.

Para viabilizar o controle da sigatoka-negra em pequenos plantios na Amazônia, Gasparotto e equipe desenvolveram a técnica de deposição do fungicida na axila da segunda folha da bananeira. As aplicações iniciam nas plantas com 4 meses de idade, a intervalos de 60 dias, e reduzem de 50 aplicações anuais para apenas 3 aplicações por ciclo da cultura.

O pesquisador explica que a técnica apresenta maior eficiência no controle da doença, reduz o número de aplicações, é de fácil acesso aos pequenos produtores, não necessita de veículo (óleo, água), reduz a contaminação ambiental, pois o fungicida é colocado diretamente na axila da planta e oferece maior segurança ao operário, pois este não fica exposto ao produto, reduzindo as intoxicações. Para facilitar ainda mais o controle químico nos pequenos plantios de bananeira na Amazônia, será desenvolvida a técnica de injeção do fungicida no pseudocaule da planta.

Sobre a premiação

A premiação possui três categorias: Iniciativa de Desenvolvimento Local (IDL); Categoria Empresa na Amazônia; e Categoria Microempreendimento na Amazônia (Prêmio Florescer), a qual homenageia dois microempreendedores, valorizando o caráter empreendedor do pequeno negócio de sucesso na Amazônia, desenvolvidos nos meios urbano e rural.

Desde 2014, o Prêmio Professor Samuel Benchimol busca reconhecer e estimular projetos de desenvolvimento sustentável para o bioma amazônico e que se destacaram pela contribuição ambiental, econômica, social ou tecnológica proposta. A honraria é conferida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as Federações de Indústrias da região e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio do Ibict.

Já o Prêmio do Banco da Amazônia pretende revelar o potencial de transformação da Região Amazônica por meio de conceitos e práticas de Economia Criativa, Economia Verde ou Agroecologia e Produção Orgânica. A premiação também busca o reconhecimento de Empresas (Empresa na Amazônia) e de Microempreendedores de Sucesso na Amazônia (Prêmio Florescer).

Compartilhar

Mosaic Biosciences Março 2024