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Em face dos desafios de longo prazo necessários para atender à crescente demanda global por alimentos e biocombustíveis, a Monsanto está investindo em uma nova cultura: a cana-de-açúcar. O objetivo é diversificar seu atual portfólio e trazer inovações para esta cultura, por meio de sua experiência no melhoramento genético de plantas e em biotecnologia. A Monsanto anunciou, nesta segunda-feira (03/11), um acordo para a aquisição da Aly Participações Ltda., que controla as empresas de melhoramento genético e biotecnologia de cana-de-açúcar, CanaVialis S.A. e Alellyx S.A., ambas sediadas no Brasil e integrantes do Grupo Votorantim. O negócio foi fechado em US$ 290 milhões (R$ 616 milhões). A transação será completada o mais rapidamente possível, de acordo com a empresa.
“As demandas mundiais por açúcar e biocombustíveis estão começando a crescer em um ritmo mais rápido do que os níveis de produção de cana-de-açúcar, uma cultura que é essencial para atender a estas necessidades”, afirma André Dias, presidente da Monsanto do Brasil. “Da mesma forma que ocorre com nossas parcerias em tecnologia, esperamos que a aquisição da CanaVialis e Alellyx nos permita combinar nossos conhecimentos em melhoramento de lavouras de soja, milho e algodão ao melhoramento da cana-de-açúcar. Nosso objetivo é aumentar a produtividade desta cultura e, ao mesmo tempo, reduzir a quantidade de recursos necessários para sua produção, como já fazemos com as plantas com que trabalhamos. Vemos isso como uma oportunidade significativa a longo prazo para diversificar o portfólio de culturas para as quais desenvolvemos tecnologias, e oferecer inovações para uma cultura essencial como a cana-de-açúcar”, completa Dias.
Para Fernando Reinach, diretor-executivo da Votorantim Novos Negócios, a aquisição da CanaVialis e da Alellyx pela Monsanto vai permitir às empresas reforçar seu portfólio de tecnologias, o que irá auxiliar o Brasil a suprir a demanda por açúcar e etanol em médio e longo prazos. “A experiência da Monsanto em melhoramento genético avançado e biotecnologia, combinada com o conhecimento em genética de cana-de-açúcar por parte de CanaVialis e Alellyx, ajudará os agricultores a aumentar substancialmente sua produtividade em um curto período de tempo”, explicou Reinach.
A cana-de-açúcar é uma planta perene, que geralmente se desenvolve em climas tropicais. Principal fonte de açúcar e etanol, ocupa mais de 20,2 milhões de hectares em todo o mundo, sendo que mais de 6,8 milhões de hectares estão concentrados no Brasil.
A CanaVialis é a maior empresa privada de melhoramento de cana-de-açúcar do mundo. Por meio de suas pesquisas de melhoramento, está desenvolvendo variedades de cana geneticamente superiores e patenteadas, que devem proporcionar rendimentos significativos sobre as variedades atualmente disponíveis.
A Alellyx é uma empresa de genômica aplicada que se dedica ao desenvolvimento de pesquisas com biotecnologia, principalmente para a cana-de-açúcar. Sua localização e experiência no Brasil são especialmente importantes, pois o País é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, o maior exportador de açúcar refinado, e o segundo maior produtor mundial de etanol depois dos Estados Unidos.
“Ao mesmo tempo em que se trata de um investimento de longo prazo e um comprometimento para completar nosso portifólio de pesquisa e desenvolvimento, esperamos receber, em curto prazo, o benefício de acesso a tecnologias de ponta em variedades de cana-de-açúcar, que nos permitam acelerar o intervalo de tempo para levar novas biotecnologias ao mercado, possivelmente por volta de 2016, e levar estes germoplasmas para outras áreas de plantio ao redor do mundo”, disse André Dias.
Como a aquisição representa um investimento de longo prazo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e em melhoramento genético, a Monsanto não prevê um incremento no seu faturamento até a metade da próxima década.
A demanda global por açúcar se intensificou nos últimos anos. A Organização Internacional do Açúcar estimou, no início de 2008, que o mundo vai consumir 3,9 milhões de toneladas a mais do que será produzido em 2008/2009. Tanto a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) quanto o Instituto de Pesquisas de Políticas Agrícolas e Alimentação (FAPRI) vêem o consumo de açúcar crescendo mais rápido que a oferta, na próxima década. Quanto à crescente demanda de etanol, a FAO e a Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico estimam que a produção mundial deste combustível crescerá rapidamente e alcançará cerca de 125 bilhões de litros em 2017, duas vezes a quantidade produzida em 2007.
A Monsanto havia estabelecido uma parceria tecnológica com a CanaVialis e a Alellyx, em 2007, para desenvolver e comercializar as tecnologias de tolerância a herbicidas (Roundup Ready) e resistência a insetos-praga (Bt). A Monsanto pretende manter os cerca de 250 funcionários das duas empresas, que serão administradas como negócios independentes.
O acordo para aquisição da CanaVialis e da Alellyx é o terceiro grande investimento da Monsanto no Brasil, no último ano, e reafirma o compromisso da empresa com a agricultura brasileira. No segundo semestre de 2007, a companhia adquiriu a Agroeste e anunciou um investimento de US$ 60 milhões na expansão de pesquisa e produção de sementes.
A CanaVialis foi criada em março de 2003 por meio de uma parceria entre a Votorantim Novos Negócios e um grupo de cientistas com mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de variedades da cana-de-açúcar. A CanaVialis tem contratos com 46 usinas de cana-de-açúcar, cuja área de produção soma 1,1 milhão de hectares, ou aproximadamente 15% do mercado.
A Alellyx foi criada em 2002 e trata-se da primeira empresa inovadora fundada pela Votorantim Novos Negócios. Os pesquisadores da Alellyx estão envolvidos, entre outros projetos, no seqüenciamento do genoma da Xyllela fastidiosa, uma bactéria que causa o amarelinho, praga que durante a década de 1990 afetou dois terços das plantações de laranja em São Paulo.
A Monsanto está presente no Brasil há quase 60 anos. Pioneira no desenvolvimento de produtos com tecnologia de ponta na área agrícola - herbicidas, sementes convencionais e geneticamente modificadas -, busca soluções que proporcionem aos agricultores produzir mais com menos recursos. Para isso, investe anualmente US$ 800 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, e pretende dobrar o rendimento de sementes de milho, soja e algodão até 2030, desenvolver sementes que reduzam em 1/3 a quantidade de recursos por unidade produzida, e compartilhar expertise com produtores para ampliar o seu acesso a modernas tecnologias agrícolas, especialmente em países pobres e em desenvolvimento.
Considerada por nove anos consecutivos uma das Melhores Empresas do Brasil para se trabalhar, segundo guias divulgados pela revista Exame/ Você S.A e pela revista Época, emprega, hoje, cerca de 2 mil pessoas. Faturou R$ 2,7 bilhões em 2007, produzindo e comercializando a linha de herbicidas Roundup, sementes de soja convencional (Monsoy) e geneticamente modificada (Roundup Ready®), sementes convencionais de milho e sorgo (Agroeste, Agroceres e Dekalb), algodão, e, ainda, sementes de hortaliças (Seminis). Anualmente, a empresa destina mais de R$ 3 milhões a projetos socioambientais em todo o País.
Fonte: CDI – Casa da Imprensa - (11) 3817-7926 / 7925 / 7920 / 7947
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