Missão Panamá foca em logística e redução de fretes

Aprosoja e Movimento Pró-Logística também visitarão o Equador

07.07.2017 | 20:59 (UTC -3)
Ascom Aprosoja

Os produtores de soja e milho de Mato Grosso ainda não veem o Canal do Panamá como uma alternativa para o escoamento de grãos até a Ásia. O principal entrave são os preços pouco atrativos dos fretes. A realidade, no entanto, pode mudar.

De terça-feira (04) até quinta-feira (06), representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso estiveram em uma missão de logística no Panamá.

O grupo se reuniu com autoridades marítimas do país e também com responsáveis pela gestão do Canal. Foram feitas visitas à Embaixada do Brasil, ao Centro de Visitantes Água Clara, no município de Colón, o “lado Atlântico” do Canal do Panamá, e as Eclusas de Miraflores, no Oceano Pacífico.

“O Canal do Panamá é uma das alternativas de escoamento da produção de grãos de Mato Grosso para alguns portos do Japão e da China. Obviamente, os contêineres com carne e algodão, por exemplo, podem utilizar esse canal. Ocorre que os valores cobrados inviabilizam o transporte de grãos. O que nós iniciamos com essa visita foi uma conversa para que no futuro possamos buscar tarifas com valores mais competitivos”, explica o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira.

Hoje, o escoamento rodoviário dos grãos pelo Arco Norte, que é o conjunto de portos e Estações de Transbordo de Cargas (ETC's) do Maranhão até Rondônia, é uma realidade. Com taxas mais atrativas para a travessia do Canal do Panamá, a logística pelo Norte ganharia novo reforço.

“Se a gente não conseguir essa redução na cobrança da taxa, parte dos benefícios que nós temos obtido com a saída pelo Arco Norte diminui. Porque uma das grandes vantagens de sair pelo Norte é poder diminuir distâncias e, com isso, diminuir custos. Em relação ao Arco Norte, nós chegamos a reduzir 4 mil quilômetros. Então, temos que ter uma tarifa diferenciada. As conversas foram muito boas e mostraram a possibilidade de uma negociação no futuro”, completa Ferreira.

Equador – Após visita ao Panamá, o grupo segue agora em missão ao Equador. Na agenda estão previstas reuniões no Ministério dos Transportes, com a capitania dos portos, Marinha e chancelaria equatoriana; visita ao porto Providencia e aos terminais portuários de Manta e de Esmeralda. Providencia, Manta e Esmeralda são municípios equatorianos. Outra visita é a uma empresa de transporte rodoviário de cargas.

O Canal do Panamá – Inaugurado em 1914, o Canal do Panamá possui 80 quilômetros de extensão e transpõe embarcações do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Em 2016, com investimentos de U$ 5,4 bilhões, o local aumentou sua capacidade: passou a transportar de 360 milhões para 600 milhões de toneladas.

À época da inauguração da expansão, o agronegócio foi tido como a grande aposta. Segundo a Autoridade do Canal do Panamá (ACP), hoje 10% do volume de grãos produzidos no mundo passam pelo país. O objetivo é que esse número cresça e ocupe a atual capacidade total do canal.

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