Missão de arrozeiros viaja a Gana em busca de novos mercados

Federarroz e Irga pretendem estimular parceria duradoura com o continente africano

10.03.2016 | 20:59 (UTC -3)
Rejane Costa

Uma missão de arrozeiros gaúchos viaja nesta semana para o continente africano com objetivo de fortalecer mercados ao produto brasileiro. A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), em conjunto com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), dá prosseguimento ao projeto de protagonizar o comércio internacional do arroz brasileiro. A missão segue para Gana no próximo sábado, dia 12, onde deve permanecer até a sexta-feira, dia 18.

O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, afirma que o setor deseja estar presente nas negociações, colaborando nos tramites ou mesmo abrindo mercados, sempre buscando uma atuação em cadeia. Salienta que a África já havia sido identificada como importante mercado em expansão. Entretanto, poucas ações específicas haviam sido executadas. “A tendência é que siga havendo incremento no consumo de arroz no continente, que já é considerável. A proximidade geográfica com o Brasil é diferencial importante”, explica.

Dornelles lembra que o objetivo da missão é criar laços mais fortes, não só comerciais, mas também cooperativos, para que o Rio Grande do Sul e o Brasil sejam reconhecidos pelos africanos como verdadeiros parceiros. “Nós desejamos construir uma imagem muito positiva das nossas pretensões, que vão além das ambições comerciais. Nosso desejo é aumentar o comércio do produto brasileiro, mas também criar melhores condições à esses povos, para que eles possam desfrutar uma vida mais digna devido à agricultura competitiva”, enfatiza.

Para Dornelles, a referida “maior competitividade” não é uma ameaça ao comércio brasileiro, porque o continente africano, em especial Gana, possui grandes impeditivos culturais, de solo e até clima, limitantes ao avanço da agricultura. Assim, haverá sempre necessidade de buscar produto estrangeiro em complemento à produção própria. Atualmente o Brasil exporta 10% da sua produção de arroz, que corresponde mais de 30% do total do Mercosul. “Por sermos o país que mais consome, mas também o que mais produz dentro do bloco, temos a pretensão de protagonizar o comércio internacional de arroz da região, inclusive puxando essa liderança para o setor”, garante Dornelles.

Segundo o presidente do Irga, Guinter Frantz, fará parte das negociações da missão a possibilidade do rebaixamento da taxa de importação ao arroz brasileiro, criando condições mais favoráveis ao comércio.“Estamos fazendo essa viagem primeiramente para entender o processo produtivo de Gana, suas limitações e demandas.

Estabelecidos os acordos comerciais, poderá ser concretizada a transferência de tecnologia, inclusive com comércio de sementes, já que o Rio Grande do Sul possui condições naturais excepcionais para esse fim. Exportar sementes é aumentar o valor agregado do produto, além de contribuir com o enxugamento do mercado, proporcionando melhores condições aos preços internos”, explica Guinter.

Gana é um país com extensão territorial menor que a do Rio Grande do Sul. Hoje é a democracia mais consolidada do continente. Possui demanda por importação superior a 350 mil toneladas e um consumo total de aproximadamente 800 mil toneladas. Menos de 10% da área ocupada pelo arroz é irrigada, apresentando produtividade média de 2,5t/ha. É uma das melhores e mais promissoras economias da região oeste africana, contando com forte turismo, sendo o destino favorito dos guias turísticos.

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