Depois de uma semana de intensa agenda em Gana, a missão formada pelo presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, e pelo presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Guinter Frantz, retornou com expectativas positivas para a abertura do mercado do país africano ao produto brasileiro. Na oportunidade, os dirigentes foram recebidos por autoridades do governo como os ministros da Casa Civil, de Finanças e da Agricultura.
Os brasileiros conheceram os mercados populares e os mais refinados supermercados de Acra, capital e maior cidade de Gana. Também tiveram oportunidade de visitar o interior, em locais muito remotos, que produzem arroz ainda para subsistência. "Os ganeses consomem muito arroz. Acreditamos que a maioria das estatísticas e números sobre consumo e produção interna estão equivocados, a medida que não foi possível verificar a produção interna de 300 mil toneladas. O mercado que observamos em Gana é importador de mais de 600 mil toneladas tranquilamente", estima Dornelles.
Na avaliação dos dirigentes da Federarroz e do Irga, a perspectiva é que os ganeses abram mercado para o arroz brasileiro. A contrapartida fica por conta da introdução de assistência técnica e extensão rural para o desenvolvimento da agricultura local. "Percebemos que o país tem uma demanda muito grande por arroz e temos um mercado em potencial. Temos a possibilidade de nos estabelecermos lá e desenvolver a agricultura local. Como produtores ganeses, poderemos alcançar outros mercados", destaca Frantz.
Também foi conhecido um projeto desenvolvido pelo Brazil Agrobusiness Group, que atua com uma lavoura de mais de 300 hectares para o arroz, além de contar com fábrica de beneficiamento. De acordo com o presidente da Federarroz, o projeto vem sendo visto como referência pelos ganeses. A questão a ser discutida é a de buscar variedades que caem no gosto da população local. "Lá eles tem preferência pelo arroz "perfumado" ou arroz "jasmim"", salienta.
O objetivo é que Federarroz e o Irga possam atuar juntos para reunir grupo de investidores que queiram colaborar com o projeto de produção e exportação no país africano por meio da assistência técnica e extensão rural, tendo em troca da abertura do novo mercado com a diminuição de taxas de importação. "Foi uma atuação histórica das duas entidades para conhecer e viabilizar a entrada do produto brasileiro em Gana", observa Dornelles.
Segundo o dirigente da Federarroz, os brasileiros elevaram o verdadeiro e sincero conceito de cooperação técnica e comercial. "Se o mercado doméstico é incapaz de valorizar o produto gaúcho, sairemos pelo mundo em busca da remuneração adequada, mesmo que tenhamos que aumentar ainda mais a exportação de arroz em casca", analisa.