Na tentativa de melhorar o preço do trigo nacional, que vem sendo comercializado a valores abaixo do mínimo estipulado por lei, o Governo Federal vem promovendo uma série de leilões de subvenção do cereal. No entanto, mesmo com uma boa demanda para escoar a produção das principais regiões produtoras do país, o mercado apresentou pouca reação e o trigo importado, especialmente vindo da Argentina, segue significativamente mais atrativo que o produzido internamente.
De acordo com o presidente do Sindustrigo – Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo, Christian Saigh, os moinhos apresentam estoques suficientes para os primeiros meses do ano e novas aquisições devem ocorrer somente a partir de março. “Se o cenário atual com elevados estoques mundiais de trigo se mantiver, pressionando as bolsas internacionais que servem de referência de preços ao mundo, e com o câmbio favorável, a tendência é que o trigo importado continue sendo mais atrativo para aquisição", destaca o executivo. Para eles, os leilões tanto PEP quanto de PEPRO não estão sendo suficientes para fazer frente ao elevado volume de trigo que foi adquirido no mercado internacional por parte da indústria brasileira e que continua ingressando no país.
“Mesmo com a grande quantidade de trigo, a Argentina negociou e embarcou quase 8,6 milhões de toneladas, do total de 15 milhões da safra, fora os 6,5 milhões para consumo interno. Ou seja, de março em diante, o mercado está U$ 20 acima dos preços cotados em dezembro e janeiro. Portanto, temos mercado firme para importado a partir do segundo trimestre, o que significa melhores condições para o produtor brasileiro", avalia o executivo.
O estado de São Paulo é o maior importador de trigo do País, tendo comprado 1,079 milhão de toneladas, o que representa 16% do total importado pelo Brasil em 2016.
Para o presidente do Sindustrigo é preciso estar atento ao cenário mundial, especialmente em relação aos temores pela política internacional do governo Donald Trump, já que a saída dos Estados Unidos do Tratado Transpacífico poderia afetar a demanda asiática por grãos.
Mais informações e estatísticas sobre o mercado de trigo e farinha estão disponíveis no site www.sindustrigo.com.br