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O bicho-furão e as moscas-das-frutas são pragas que causam danos diretos aos frutos de citros, provocando apodrecimento e queda. Essas pragas ocorrem durante todo o ano, sendo os meses de março e abril favoráveis ao seu aparecimento e, portanto, exigem medidas para monitoramento e manejo, a fim de evitar danos econômicos.
Pesquisas indicam que a melhor estratégia é monitorar ambas as pragas precocemente, para detectar a presença desses insetos no pomar e acompanhar a população até que níveis de controle sejam atingidos, evitando perda de frutos.
O bicho-furão (Gymnandrosoma aurantianum) deposita seus ovos em frutos bandeira e maduros, provocando o seu apodrecimento e queda. Quando a infestação é precoce e as populações altas, os frutos verdes também podem ser atacados.
Os danos aos frutos atacados pelo bicho-furão podem ser diagnosticados por meio da presença de orifício da entrada da lagarta, este circundado por coloração amarela. Além disso, após penetrar no fruto, há a liberação de excrementos e restos de alimentos para fora do orifício na casca, e o local da fruta atacado torna-se endurecido. A lagarta, de coloração creme a marrom, apresenta linhas formadas por cerdas, além de pintas no dorso.
Para o monitoramento de adultos do bicho-furão, foi desenvolvido um método a partir de feromônio sexual liberado em pastilhas, inserido em uma armadilha delta, que atrai os machos e permite tomadas de decisões sobre o manejo.
Em seguida, é necessário contabilizar as capturas e verificar os níveis de ação para definir a estratégia de controle que será utilizada, que pode ser feita com produtos químicos para mariposas e lagartas, ebiológicos ou reguladores de crescimento de insetos visando apenas as lagartas.
O monitoramento da praga deve ser feito visando especialmente a população de adultos, explica o pesquisador do Fundecitrus Haroldo Volpe. “Dessa forma, podemos adotar medidas de controle focado nas mariposas – alvo exposto no ponteiro da planta principalmente no crepúsculo –, impedindo que as fêmeas coloquem ovos nos frutos e que ocorra a eclosão e entrada das lagartas, ocasionando danos, apodrecimento e queda dos frutos. Isso também é importante porque a praga tem aumentos populacionais muito rápidos, além de que o monitoramento baseado em número de frutos atacados tem a desvantagem de tomadas de decisão de controle apenas após a contabilização de frutos já danificados, gerando perdas econômicas e prejuízos ao citricultor”, completa.
Duas espécies de moscas-das-frutas atacam árvores do cinturão citrícola e provocam a queda de frutos: Anastrepha fraterculus, que tem infestações mais intensas entre os meses de março e maio, abrangendo o período de frutificação das variedades cítricas precoces, e Ceratitis capitata, que ocorre majoritariamente de julho a novembro, atacando principalmente as variedades semitardias e tardias.
Anastrepha fraterculus ovipositam em frutos verdes pequenos até maduros; já Ceratitis capitata tem preferência por frutos verdes no tamanho máximo até maduros. O local atacado pelas moscas fica mole e apodrecido e o furo de saída da larva – que não tem pernas e possui coloração branca ou amarelada – é visível e facilmente identificável.
Diferenciar o ataque do bicho-furão do das moscas-das frutas pode causar dúvidas. “É importante estar atento às diferenças para identificar corretamente qual a praga em questão e escolher o método de controle adequado”, enfatiza Volpe.
O monitoramento das moscas-das-frutas é feito pela captura dos insetos adultos, utilizando-se armadilhas modelo McPhail com atrativo alimentar que atraem as duas espécies ou modelo Jackson com paraferomônio, que atrai apenas C. capitata.
A análise das armadilhas orientará o controle, que é feito com iscas atrativas contendo inseticidas aplicada em ruas alternadas e em áreas não superior a um metro quadrado do centro da copa da árvore.
No mais, é importante retirar frutos infestados por bicho-furão ou moscas-das-frutas das árvores e caídos ao chão e destruí-los.
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