Mercado de genética bovina sofrerá enorme prejuízo, alerta SBTE

07.02.2013 | 21:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

A Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, entidade que reúne os profissionais da área de biotecnologia da reprodução no País, fez um alerta para o prejuízo econômico e de avanço tecnológico que o mercado de genética bovina de corte e leite terá como resultado das novas regras aprovadas pela ABCZ – Associação Brasileira de Criadores de Zebu, previstas para entrar em vigor em janeiro de 2014.

A imposição de medidas restritivas ao mercado de transferência de embriões determinada por normativa da ABCZ será responsável por causar impacto negativo em todas as conquistas do processo biotecnológico, da transferência de embriões, fertilização in vitro, até clonagem e trangênese. Isso implicará um significativo retrocesso na pecuária brasileira. Estima-se que 1,1 milhão de transferências de embriões são realizadas no mundo, sendo o Brasil líder desse mercado com 37% de participação. O grande benefício dessa biotecnologia é de utilizar embriões de vacas de alto valor genético em receptoras comuns com o objetivo de acelerar o processo de melhoramento, gerando aumento de produtividade e lucratividade para toda a cadeia de produção de carne e de leite.

“Não há justificativa técnica e já alertamos o fato ao conselho técnico da ABCZ”, ressalta Pietro Sampaio Baruselli, presidente da SBTE e pesquisador da USP. “Do ponto de vista do mercado de genética o efeito dessa medida será desastroso”. Segundo Baruselli a restrição de raças das receptoras é inócua porque estas fêmeas são apenas barriga de aluguel. “O indivíduo (embrião) transferido para o útero da receptora já está formado. Do ponto de vista econômico o criador terá enorme dificuldade para encontrar receptoras zebuínas devidamente registradas pela ABCZ e aptas para receberem um embrião. Acreditamos que seria muito mais importante a ABCZ reforçar os programas de melhoramento que selecionam doadoras elevado mérito genético que, após a multiplicação de seus descendentes pela técnica de transferência de embriões, formarão a base produtiva do nosso rebanho”.

Nos últimos 11 anos, o Brasil cresceu sete vezes no volume de transferência de embriões. Dados da SBTE – em números arredondados - mostram que o Brasil realizava 50.000 transferências/ano em 2000, comparando-se com 350.000 TE registradas em 2011. Os resultados de 2012 estão sendo apurados (dezembro está em fechamento) mas calcula-se que a marca atual seja de 400.000 TE, um salto aproximado de 14%. A SBTE estima que 75% do volume de TE feita no País seja na pecuária de corte e 25% na de leite. Desse total, 85% são de raças zebuínas e 15% de taurinas e mestiças. Nos últimos anos observou-se também uma inversão no perfil tecnológico: em 2000 predominava a fertilização in vivo, atualmente dominada pela técnica de fertilização in vitro.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025