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O faturamento da indústria brasileira de fertilizantes especiais foi de R$ 7,1 bilhões em 2019, apresentando um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. O segmento de fertilizantes foliares teve uma expansão de 6%, enquanto os fertilizantes organominerais para solo tiveram alta de 19,5% e os fertilizantes orgânicos para solo, de 2,9%. O mercado de substratos para plantas teve em 2019 um faturamento 7% superior se comparado a 2018, tendo crescimento de 3% no volume vendido.
Em coletiva de imprensa virtual promovida nesta sexta-feira, dia 31 de julho, Clorialdo Roberto Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo – Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal, comentou que a adoção crescente de tecnologias em nutrição vegetal está ligada à constante busca por produtividade pelos produtores rurais. “Nosso mercado tem demonstrado uma capacidade para atender as demandas do campo, com qualidade e suporte técnico. Além disso, a média de investimentos nos últimos cinco anos de 4,4% em pesquisa e desenvolvimento contribui para a oferta de produtos eficientes”, disse.
Em 2019, foram investidos R$ 211 milhões em P&D pelo segmento. Gustavo Branco, vice-presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, todo esse esforço de aportes em P&D reforça a intenção do setor em continuar inovando e desenvolvendo tecnologias adequadas para subsidiar o mercado em termos de produtividade e qualidade. “Hoje, o Brasil está cada vez mais protagonista na adoção de novas tecnologias”, acrescentou.
Para este ano, a expectativa do setor de tecnologia em nutrição vegetal é de crescimento. “Pela pesquisa que fizemos com nossos associados, a maioria está otimista, com perspectiva de alta neste ano. Porém, existem muitos fatores a serem interpretados para afirmar um percentual exato desse aumento”, ponderou Branco.
Os dados estão no Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2020, publicação da Abisolo – Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal, que traz uma radiografia do setor e é considerado uma referência sobre o segmento no país.
A cultura da soja se manteve como maior consumidora do setor, responsável por 49,6% das vendas dos fertilizantes foliares, 30,2% dos fertilizantes organominerais para solo e 7,4% dos fertilizantes orgânicos para solo. O café também é uma cultura com altas taxas de uso de fertilizante especial, 29,4% para orgânicos para solo, 21,6% para organominerais para solo e 8,2% para foliar.
Entretanto, o maior crescimento percentual na adoção de fertilizantes especiais ficou com a cana-de-açúcar. Em 2019, esta cultura foi responsável por 12% do faturamento dos fertilizantes organominerais, 8,4% dos fertilizantes foliares e 7,4% dos fertilizantes orgânicos.
Atualmente, são 441 indústrias e importadores de fertilizantes especiais em atividade, com 527 unidades produtivas em 21 estados brasileiros, sendo que o Estado de São Paulo conta com 219 unidades.
De acordo com o estudo, os segmentos de produtos que apresentaram o maior crescimento têm em suas formulações, além de nutrientes, aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas. Tanto nos produtos por aplicação via foliar como na aplicação via solo, o percentual de vendas com produtos que contém aminoácidos, extratos de algas e substâncias húmicas puras ou como componentes da formulação foi de 31,81% para aplicação via Folha e de 31,73% para aplicação via Solo. Esse dado, segundo os executivos da Abisolo, ressalta a questão do maior uso de biofertilizantes, mesmo que ainda em frações.
Os estados que mais se destacam no ranking do uso de fertilizantes especiais são: São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. O estado paulista representa 25% dos fertilizantes foliares, 33% dos fertilizantes orgânicos para solo e 25% dos fertilizantes organominerais para solo.
Sobre a forma como esses fertilizantes são comercializados, a Abisolo mostrou que o mix de distribuição passa principalmente por distribuidores (49,37% em foliar, 47,81% em organominerais para solo e 44,33% para orgânicos para solo). Mas, especificamente para os fertilizantes foliares, um percentual de 16,68% está na comercialização B2B, ou seja, entre indústrias. Já nos organominerais para solo e orgânicos para solo, a venda direta ao produtor rural é significativa, com 36,47% e 44,62%, respectivamente.
Por fim, o mercado de substratos para plantas, com 45 empresa ativas, cresceu 3% ano passado em relação ao ano anterior, com faturamento de R$ 220 milhões. Em termos de volume, foram comercializados 550 mil m³. No caso do setor de condicionadores de solo, também com 45 empresas ativas, o faturamento chegou a R$ 90,7 milhões em 2019.
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