Mapa reafirma o compromisso no combate ao Greening

12.11.2014 | 21:59 (UTC -3)

Neste ano, o estado de São Paulo (SP) – maior produtor de citros do mundo – erradicou 5,7 milhões de plantas só no primeiro semestre, de acordo com relatório da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do estado. O responsável pelo número expressivo de plantas erradicadas foi o Huanglongbing (HLB), conhecido popularmente como Greening, doença que afeta culturas cítricas no Brasil desde 2004. Dessa forma, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio do Departamento de Sanidade Vegetal, da Secretaria de Defesa Agropecuária (DSV/SDA), alerta aos produtores sobre as práticas de controle previstas no Manual de Procedimentos para Execução de Levantamentos Fitossanitários e Ações de Prevenção e de Controle, publicado em 2009, e na Instrução Normativa (IN) nº 53, de 2008.

A IN n° 53 contém ações para prevenção e controle do HLB, que incluem, por exemplo, a vistoria contínua dos pomares cítricos já instalados como sendo responsabilidade dos produtores; a fiscalização dos órgãos estaduais para a produção de mudas sadias de plantas cítricas e emissão das permissões para trânsito de material cítrico entre Estados. De acordo com o fiscal federal agropecuário Ricardo Raski, “o Mapa atua como responsável nacional, junto com os órgãos de defesa fitossanitária de cada Estado, no monitoramento e ações de prevenção e controle da doença”.

Raski explica que na IN nº 53 foram estabelecidos os procedimentos de prevenção e controle legalmente normatizados e padronizados, para serem executados e cumpridos da mesma maneira por todos os Estados da federação: “Se não houvesse uma legislação única, cada Estado faria de seu jeito, ou não faria, e a doença estaria espalhada pelo país, o que não ocorreu. Atualmente o HLB está restrito a regiões específicas em três estados: São Paulo (SP), Paraná (PR) e Minas Gerais (MG)”.

Expressividade – A área de culturas cítricas – laranjas, limões e tangerinas – em SP, PR e MG é de aproximadamente 630 mil hectares, o que representa praticamente 73% da área plantada com culturas cítricas no Brasil – aproximadamente 863 mil hectares.

O grande número de plantas erradicadas se afigura como um alerta para o setor produtivo para a necessidade de se manter um controle contínuo da doença, já que o mercado para cítricos no País tem grande expressividade econômica: o volume de suco de laranja exportado em outubro foi de aproximadamente 290 mil toneladas.

Além disso, cerca de 80% da produção brasileira de laranja é transformada em suco, o que coloca o Brasil como maior exportador mundial, responsável por 60% da bebida produzida no mundo. Em 2013, a exportação de suco de laranja do Brasil rendeu ao país US$2,46 bilhões.

Ação – O greening é transmitido pela bactéria Candidatus liberibacter spp, em suas três formas, disseminada pelo inseto Diaphorina citri, conhecido como psilídeo. “Na planta, a doença é percebida pela presença de ramos com folhas amareladas, na parte alta da copa. É preciso arrancar a planta doente e plantas suspeitas ao seu redor, para evitar que o psilídeo continue a contaminar novas plantas”, explica Raski.

O controle da doença precisa ser contínuo, feito através de: monitoramento dos pomares, para detecção e arranquio de plantas doentes; controle do inseto psilídeo; plantio de mudas cítricas sadias na instalação de novos pomares e remoção de outras plantas hospedeiras do psilídeo, como a murta de cheiro (dama da noite). Os pesquisadores no Brasil e em outros países continuam trabalhando para obter plantas cítricas resistentes ou tolerantes ao HLB, como ação promissora adicional de controle da doença a longo prazo.

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