Exposição universal encerra edição com soluções criativas e inovadoras para um mundo mais sustentável
Em períodos de estresse hídrico, intensificado nas épocas mais quentes do ano, o manejo nutricional e fisiológico é uma das alternativas encontradas por agricultores brasileiros para reduzir a perda de produtividade em lavouras de soja. De acordo com o engenheiro agrônomo Fransérgio Batista, gerente técnico de grãos da Alltech Crop Science, a aplicação de componentes como aminoácidos e potássio ajuda a planta a manter seu metabolismo ativo nessa fase.
“A seca provoca a diminuição da fotossíntese e também a energia da planta. A planta também perde folhas e acumula açúcares, o que favorece a entrada de patógenos. Nesse caso, o efeito dos aminoácidos é de extrema importância, principalmente a prolina, que a planta já produz de forma natural para tentar sobreviver ao déficit hídrico, mas a complementação com soluções naturais auxilia nesse processo”, afirma Batista.
Associada a essa aplicação, outro componente fundamental é o potássio, como explica o gerente. “O potássio regula a abertura e o fechamento dos estômatos, que controlam a perda de água para o meio. Assim, proporcionamos regulação osmótica, ou seja, regulação do nível de água, além de favorecer o armazenamento de nitrogênio, o que é extremamente importante nesse momento”, observa.
O manejo nutricional tem sido uma das estratégias adotadas pela Fazenda Colorado, de Unaí (MG). Segundo o engenheiro agrônomo Cleverton Cavagnoli, responsável pela produção dos 5.200 hectares de soja, o método vem apresentando resultados significativos. “Quando a situação climática começa a ficar crítica, trabalhamos com aminoácidos e potássio para minimizar as perdas”.
Com uma produtividade média de 57 sacas por hectare, Cavagnoli destaca que, com a alternativa, é possível notar uma diferença significativa na perda de folhas e na quantidade de nós reprodutivos. “Antes do tratamento, que começamos há alguns anos, chegamos a colher entre 15 a 16 sacas a menos. Agora, conseguimos ter uma planta mais vigorosa, com uma boa arquitetura”, conta.
No entanto, Batista ressalta que os resultados podem ser obtidos apenas se o manejo for efetuado dentro de um período determinado. “Em solos arenosos, o ideal é que em no máximo cinco dias após cessar a chuva já se iniciem as aplicações. Em solos com mais argila e com bons teores de matéria orgânica, o prazo pode ser de uma semana. E o ideal é que as aplicações sejam feitas em intervalos de dez dias até que as chuvas voltem”, orienta.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura