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Com o objetivo de debater a inserção da juventude no contexto rural, o município de Herveiras realizou nesta quarta-feira (1º), o Fórum Regional de Juventude Rural. A atividade – desenvolvida por representantes da Emater/RS-Ascar, Afubra, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Escola Familiar Agrícola de Santa Cruz (Efasc), Sicredi, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, além de cooperativas, associações, secretarias – contou com uma série de palestras, painéis e debates a respeito do tema, com a participação de produtores e jovens rurais da região.
Após a abertura, o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Santa Cruz do Sul, Assilo Martins Correa Júnior, apresentou ao público presente uma contextualização sobre o tema, relatando um pouco da história de retomada do trabalho com a juventude regional. Em sua fala, Assilo salientou que o objetivo de grupos de trabalho do gênero é analisar, discutir e estruturar a aproximação com este público. “A ideia é abrir um espaço para que o jovem possa se expressar”, salientou. De acordo com o engenheiro agrônomo, é nesse contexto que o Fórum se insere. “Para que possamos ouvir os anseios, os projetos e também as experiências que já estejam rendendo frutos”, ressaltou.
Em relação às experiências, algumas delas foram apresentadas ainda no turno da manhã. Durante a mesa redonda “O contexto rural e a inserção da juventude através das políticas públicas existentes”, integrantes da Associação Municipal de Jovens Rurais de Arroio do Tigre (Ajurat) relataram o que já foi feito em relação às políticas públicas municipais da juventude rural. Na sequência, integrantes do MDA prestaram esclarecimentos sobre políticas públicas voltadas aos jovens, com ênfase na linha de financiamento para combate à pobreza rural.
No final da manhã e no início da tarde, houve debate sobre as experiências de acesso às políticas públicas por parte dos jovens. O evento teve sequência com apresentação artística, planejamento estratégico das ações do Fórum e encaminhamentos finais. Para o chefe do escritório da Emater/RS-Ascar de Herveiras, Reinaldo Kucharski, “eventos do tipo estabelecem o resgate do trabalho com os jovens, um tema que andava meio esquecido na região”.
Kucharski salienta que o Fórum servirá como base para aquilo que pode ser feito daqui pra frente. “O objetivo é se aproximar do jovem para que, também ele, conheça o caminho a ser trilhado“, afirmou. Conforme Kucharski, temas como infraestrutura, lazer e geração de renda sempre estão entre as principais queixas do jovem rural e que muitas vezes motivam o êxodo. “De posse dessas informações poderemos desenvolver e ampliar as políticas que motivem esse público a permanecer no campo. Assunto tão caro, nos dias de hoje, a todos nós”, concluiu.
Foi por meio de um trabalho realizado em maio desse ano, com 35 jovens rurais da região, que foi possível ouvir os anseios, expectativas, objetivos e até angústias deste público. Divididos em três grupos, foram trabalhadas três temáticas: organização e participação, formação e qualificação, e sucessão familiar. Através desses eixos de trabalho, o jovem pôde expressar suas aflições relacionadas a assuntos como conservadorismo por parte dos mais velhos, a falta de espaços para atividades diversas e a ausência de uma formação, por parte das escolas, que seja coerente com o contexto do campo.
Também a falta de atrativos para o lazer e falta de incentivos gerais, por parte das famílias, foram algumas das queixas. “Muitas vezes os nossos pais não aceitam o trabalho realizado por nós, por acreditarem que ainda não estamos prontos, por ainda não terem confiança na gente”, revelou um dos grupos, quando questionado sobre a sucessão familiar. Todas as respostas reunidas embasarão a busca por alternativas para o meio rural, de forma que o jovem possa trabalhar sucedendo a família.
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