Juros do Plano Safra 2017/18 ficaram altos, diz presidente da Abramilho

Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Abramilho, o ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli, avalia que os juros do Plano Safra lançado hoje ficaram muito altos.

07.06.2017 | 20:59 (UTC -3)
Nelson Moreira

“O Governo Federal trabalha com a perspectiva de que até o final de 2017 a inflação vai cair e, portanto, os juros da Selic estejam na faixa dos 6%, se este cenário se confirmar, nós estaremos pagando muito caro para produzir os alimentos que a população brasileira precisa, uma vez que os financiamentos para o setor agropecuário foram estabelecidos pelo novo Plano Safra, lançado hoje, em Brasília, pelo Presidente Temer e pelo Ministro Blairo Maggi, em 7,5 e 8,5%", disse hoje o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Abramilho, o ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli. “Por isto vamos, continua, vamos precisar voltar a mesa de negociação para melhorar estas condições para não colocar a renda do produtor nem o crescimento do setor, em risco", salienta.

Paolinelli explica que o início do plantio de várias culturas será a partir de agosto e finaliza lá por novembro. Com o possível declínio da Selic, a cada mês o plantio terá um valor por hectare, deixando as contas do produtor bastante confusas. Ele entende que este contingenciamento foi devido à PEC de controle de gastos do Governo Federal, mas acredita que haja recursos e margem para melhorar as condições que foram oferecidas no plano que foi lançado. “Veja, mesmo tendo recordes de produção, no milho por exemplo, podemos chegar a 100 milhões de toneladas, o produtor não está tão bem quanto parece", assinala, lembrando que, por exemplo, em 2016, houve quebra de produção em várias regiões, afetando o caixa de milhares de milhocultores. “Ainda que a segunda safra recupere um pouco a renda do produtor, por ter custos mais baixos, a situação não está folgada no campo e, com estes juros propostos, vai continuar o aperto", afirma.

Seguro Rural – Defensor de outro modelo de seguro rural, onde os recursos sejam entre o Governo Federal e a iniciativa privada, Paolinelli achou que o valor liberado para esta safra, R$ 550 milhões, foi bom, para o modelo atual de seguro. “Agora, para o modelo que estamos propondo, não é nem um pouco suficiente", finaliza.

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