Michelin recebe o prêmio "melhor fornecedor" da CNH Industrial
Há tempos a terra da garoa não é mais a mesma. A chuva está escassa e o clima, cada vez mais quente, até mesmo durante a estação mais fria do ano. No que diz respeito à chuva, a principal empresa privada de meteorologia do país, a Climatempo, informa que no mês de julho deste ano choveu 72,3 mm, ou seja, 65% acima da média para o mês. Mas, em contra partida, o que também aumentou foi a temperatura, que está, em média, 1ºC acima do normal para esta época do ano. Em julho de 2014, a média era de 13,5º (mínima), e 21,8ºC (máxima). Neste ano, a mínima subiu para 14,4ºC, e a máxima atingiu 22,8ºC.
O motivo do aumento é atribuído ao famoso fenômeno El Niño, que tem alterado as médias históricas e modificado muitas previsões, conforme explica o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento. "O El Niño está atuando e, com isso, a temperatura em São Paulo neste inverno tem ficado acima da normalidade, como é esperado em um ano de El Niño. Porém, volta e meia ocorrem variações bruscas".
O estado de São Paulo é o maior produtor mundial da laranja, que, por sinal, é uma fruta que depende muito dos fatores climáticos para o seu bom cultivo e também para a definição do seu sabor, que pode ser alterado de acordo com o clima que a planta está exposta. Sabemos o quanto o suco da laranja é bem vindo quando as temperaturas estão altas, mas será que essas condições são favoráveis ao cultivo da fruta?
O pesquisador da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Eduardo Augusto Girardi, relata que a laranja é uma fruta que precisa tanto de calor, quando de frio, mas ambos não podem vir em excesso, pois isso acarretaria em danos aos frutos.
“Antes de florescer, a planta passa por um período de repouso, que geralmente ocorre no inverno, com temperaturas menores e com menos chuva também. Assim, quando volta a chover ela floresce de forma mais abundante. Nas regiões do Sul, onde faz mais frio, as plantas vegetam bem e, por fim, florescem mais. Se fosse sempre chuva ou verão elas apresentariam crescimento não uniforme. Portanto, frio e seca juntos é mais favorável que muito calor e chuva”, esclarece Eduardo.
O pesquisador também explica que, após a floração, o período de seca muito forte pode gerar uma desidratação nos frutos e deixá-las até mais secas e murchas. Se eles estiverem maduros, podem perder água e, assim, influenciar o sabor, que concentrará mais o açúcar. De acordo com Eduardo, ainda não é possível saber se o clima seco e quente deste inverno afetará a produção da laranja. “Para saber isso, temos que esperar o período mais seco, que normalmente vai de agosto até outubro. Só então veremos os possíveis danos”, diz Eduardo.
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