Café: Cepea divulga relatórios
Os produtos podem ser vistos no estande da Empresa na exposição que acontece de 11 a 15 de maio de 2010 no PAD/DF.
Os quatro bioinseticidas desenvolvidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 45 unidades da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estão entre os destaques no estande da Empresa durante a AgroBrasília 2010, que acontece de 11 a 15 de maio no PAD-DF. Os produtos, todos biológicos, ou seja, inofensivos à saúde humana, de animais e ao meio ambiente, são eficazes contra mosquitos transmissores de doenças e pragas agrícolas. Amanhã, dia 12 de maio, às 10h30, a pesquisadora responsável pelo desenvolvimento dos bioinseticidas, Rose Monnerat, apresenta a palestra "Inseticida Biológico: uma forma natural no controle de insetos" na Vitrine de Tecnologias da Agrobrasília.
Todos os inseticidas biológicos (Bt-horus; Sphaerus; Ponto.Final e Fim da Picada) foram desenvolvidos em parceria com a empresa do Distrito Federal, Bthek Biotecnologia, e tem em comum a vantagem de serem altamente eficientes contra os insetos, sem causar danos à saúde, ao meio ambiente e a outros insetos benéficos. Saiba mais sobre cada um deles:
Bt-horus: não à dengue
O inseticida biológico Bt-horus é capaz de controlar o mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti).
O produto foi desenvolvido a partir da bactéria Bt (Bacilus thuringiensis), específica para controlar o inseto-alvo, amplamente utilizada em programas de controle biológico em todo o mundo e pode ser utilizado em locais que acumulam água, como plantas, lagos, cursos de água e caixas d’água, entre outros.
Basta uma gota do Bt-horus para cada litro de água e as larvas do Aedes aegypti morrem em 24 horas.
Sphaerus SC: inseticida biológico que controla a malária
O Sphaerus SC foi desenvolvido à base da bactéria Bacillus sphaericus, recomendada pela Organização Mundial de Saúde para campanhas de combate a mosquitos transmissores de doenças. Ele é eficaz para controlar o mosquito transmissor da malária, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a doença tropical que mais causa problemas sociais e econômicos no mundo, só superada em número de mortes pela AIDS.
No Brasil, principalmente na região amazônica, são registrados cerca de 500 mil casos da doença por ano, sendo a maior causa de mortalidade de crianças de até cinco anos de idade. O Brasil tem o maior número de casos de malária das Américas e ocupa o 3° lugar do mundo na incidência da doença.
O bioinseticida é eficaz também contra o mosquito urbano, ou pernilongo comum, como é mais conhecido, que também é transmissor de doenças, como a encefalite e a filariose, mais concentrada na cidade de Recife e para a qual não há vacina no Brasil.
“Ponto final” nos danos causados por lagartas às culturas agrícolas no Brasil
Segundo a empresa, o “Ponto.Final.” é capaz de controlar diversas lagartas que atacam culturas agrícolas, entre as quais, destacam-se: a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis); lagarta das hortaliças (Plutella xylostella), também conhecida como traça das crucíferas; e a lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda).
Com apenas um litro por hectare, o produto é capaz de matar as lagartas-alvo, preservando insetos benéficos ao ambiente, como as “joaninhas” e as “tesourinhas”, que também são eficientes como predadoras de lagartas e pulgões, informa a empresa.
Além disso, o inseticida biológico traz ainda uma característica bastante interessante: é certificado para uso em agricultura orgânica.
Fim para as picadas de borrachudos
O “Fim da Picada” é o mais novo bioinseticida desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia para controlar os borrachudos e também foi formulado a partir da bactéria Bacillus thuringiensis. O produto já está em fase de registro, o que significa que deverá chegar ao mercado até o fim de 2010.
Os borrachudos são insetos de hábitos diurnos que pertencem à Família Simuliidae. São sugadores de sangue e, por isso, podem transmitir doenças para os seres humanos e animais.
São mosquitos que atacam qualquer animal de sangue quente e picam a vítima por várias vezes. Dependendo do número e da intensidade das picadas, podem ocorrer irritações locais ou generalizadas, muitas vezes levando à perda de sangue.
Animais de interesse para a pecuária, como bovinos e ovinos, por exemplo, estão entre as vítimas desse mosquito, o que leva à diminuição da produção de carne e leite e, consequentemente, a danos para a pecuária e prejuízos para o desenvolvimento econômico.
Para estudar os efeitos das bactérias sobre o mosquito alvo e selecionar a mais letal, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia coleta larvas de borrachudos para criá-las e estudá-las em laboratório. As larvas são coletadas em sacos plásticos colocados em córregos.
Banco conserva bactérias benéficas
Todos os inseticidas biológicos foram desenvolvidos a partir de bactérias específicas para controlar os insetos-alvo, que fazem parte do Banco de Bacilos Entomopatogênicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que contém mais de 2.300 variedades de bactérias benéficas com potencial para controle biológico.
Os cientistas da Embrapa coletam essas bactérias, que ocorrem naturalmente no solo, estudam e selecionam as mais eficientes contra os insetos-praga.
Quem quiser conhecer melhor os produtos pode visitar o estande da Embrapa na exposição AgroBrasília 2010 (Módulo 14 área "A" PADF - Paranoá-DF), entre 8 e 19h.
Fernanda Diniz
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(61) 3448-4769 e 3340-3672 /
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