Inseticida biológico tem eficiência de até 85% no controle da cigarrinha-do-milho

São necessárias várias ações para reduzir a incidência dessa praga e das doenças de enfezamento do milho

14.12.2020 | 20:59 (UTC -3)
Flávia Romanelli

As condições climáticas e o histórico em temporadas anteriores indicam que a incidência da cigarrinha-do-milho deve ser alta no milho segunda safra 2020/21, que deve começar a ser plantado em janeiro do ano que vem. As infestações na safra de verão costumam ser menores, mas é quando as cigarrinhas se multiplicam, para atacar posteriormente. Dessa forma, agora é a época ideal para planejar o controle do inseto, preferencialmente com o manejo integrado de pragas.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados, Sergio Abud da Silva, são necessárias várias ações para reduzir a incidência dessa praga e das doenças de enfezamento do milho, que ela transmite, como: rotação de culturas, uso de sementes certificadas e tratadas, manutenção de janelas de semeadura de 20 a 30 dias, diversificação de cultivares e aplicação de inseticidas, entre outras.

O inseticida biológico Octane (Isaria fumosorosea) é indicado para o manejo da cigarrinha-do-milho pois tem uma ação prolongada no campo, com um bom residual, com mais chances de atingir insetos migradores, além de não causar resistência na praga. “Os resultados são excelentes, com até 85% de eficiência no controle da cigarrinha”, orienta o gerente de vendas Centro-Sul da Koppert, Rodrigo Rodrigues.

Para Abud Silva, é importante destacar que o uso de inseticidas biológicos em combinação com os químicos proporciona o efeito imediato de choque do controle químico e o efeito residual de controle com o biológico, ampliando a ação de manejo do inseto-vetor. “Lembrando ainda, que após a aplicação de inseticidas, o monitoramento deve continuar para prevenir a reinfestação da área com cigarrinha”, orienta.

De acordo com o pesquisador, o cenário de demanda interna e externa pelo cereal brasileiro levaram o Brasil a produzir duas e até três safras anuais do grão em diversas regiões.  “Seja cultivado ou tiguera (voluntário), a presença constante de milho no campo cria um ambiente favorável ao aumento das populações de cigarrinha-do-milho e do complexo de doenças de enfezamentos, que podem causar redução de até 100% na produção da planta infectada. Em áreas com alta incidência os prejuízos com a produtividade podem ser superiores a 70%”, explica Abud da Silva.

Ações de monitoramento realizadas por empresas associadas à CropLife Brasil, mostram que a ocorrência dos enfezamentos e os níveis populacionais da cigarrinha-do-milho aumentaram em diversos estados brasileiros, principalmente a partir da safra 2015/16. Os maiores surtos foram identificados em regiões da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.

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