Inovações garantem viabilidade do feijão, afirmam especialistas

24.07.2014 | 20:59 (UTC -3)

As inovações, resultados de investimentos na pesquisa com a cultura do feijão, foram tema de painel do 11º Congresso Nacional de Pesquisa de Feijão (Conafe) nesta quarta-feira (23), evento que acontece em Londrina (PR). De acordo com os especialistas, produtores de feijão têm acesso a diversas tecnologias que possibilitam o aumento da rentabilidade da cultura.

“O feijão na integração lavoura-pecuária” foi abordado por Sergio José Alves, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Para ele, o feijão é excelente alternativa para o sistema, com ganhos em rendimento.

Alves afirma que o uso de culturas em rotação traz inúmeros benefícios ao solo, que tem cobertura o ano todo, aumenta a fertilidade e diminui a ocorrência de invasoras, doenças e pragas. A integração com florestas possibilita vantagens ao solo, quebra-ventos e conforto aos animais.

Com a adoção da tecnologia e a inclusão do feijão nas alternativas do sistema, a cultura ganha um “bônus”, como argumenta o pesquisador do Iapar. “O feijão é uma cultura exigente e acaba se beneficiando com os resultados desta diversificação. Isto é um prêmio para quem faz direito e produz com o foco na sustentabilidade”, explica.

Outra tecnologia que interfere positivamente nos resultados é a fertirrigação, tema que foi abordado pelo pesquisador Durval Dourado Neto, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Segundo ele, a adoção da tecnologia, que consiste na aplicação de fertilizantes pelo sistema de irrigação, permite produzir feijão de alto nível.

“A pesquisa contribui determinando práticas do manejo. É preciso conhecer a demanda de cada ciclo da planta para definir a melhor época de aplicação dos produtos”, explica. Segundo ele, o feijão irrigado tem produtividade cinco vezes maior que o de sequeiro.

AGRICULTURA DE PRECISÃO – A capacidade de produzir otimizando materiais de manejo de forma sustentável foi o tema da palestra de Daniel Marçal de Queiroz, professor de mecanização agrícola na Universidade Federal de Viçosa (UFV). A agricultura de precisão, segundo o palestrante, é o caminho para produzir com justiça social e viabilidade econômica e ambiental.

Essa modalidade de agricultura propõe trabalhar cada área de acordo com suas características. “Algumas precisam de menos fungicida que outras, por exemplo”, comenta Queiroz. Durante séculos, os produtores trabalharam a terra “pela média” – ou seja, dividindo insumos, pesticidas, entre outros materiais de produção, igualmente nos campos. Com a evolução tecnológica, contudo, foram desenvolvidas formas mais sustentáveis de cultivar. “Menos desperdício implica em mais viabilidade. É bom para toda a cadeia produtiva, e inclusive para a saúde humana”, afirma.

Produzir feijão por meio da agricultura de precisão, segundo Queiroz, é, além de viável, mais saudável para a terra e os consumidores. A utilização de fungicidas em excesso, explica, “está com os dias contados”. “Teremos reservas de fósforo para produzir defensivos e pulverizar até 2030, mas enfrentaremos uma grande escassez depois dessa data”. Outros agravantes, como a provável falta de água e energia para produção no futuro, também preocupam.

O 11º Conafe é promovido pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), com o apoio do Londrina Convention & Visitors Bureau, Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro), Basf, Miac Máquinas Agrícolas, Selegrãos, Bayer, Syngenta e Laboratório Farroupilha.

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