Indústrias de café do ES discutem qualidade

19.03.2010 | 20:59 (UTC -3)

Encontro vai acontecer na Findes, em Vitória, segunda e terça-feira (22 e 23/03).

Aprimorar a qualidade do café produzido no Brasil, buscando adequá-lo de acordo com as novas normas de regulamentação e com o perfil do consumidor. Este é o objetivo da Reunião Regional do Espírito Santo, que a Abic – Associação Brasileira da Indústria de Café em parceria com o Sincafé – Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Espírito Santo, promovem nos próximos dias 22 e 23 de março, na sede da Findes, em Vitória.

Na segunda-feira, dia 22, o evento será realizado a partir das 07h45 e acontecerá durante todo o dia. “Vamos debater o papel de cada integrante da cadeia, desde o produtor rural aos industriais, para que o produto chegue ao consumidor com a maior qualidade possível”, destaca o presidente do Sincafé, Egídio Malanquini.

Na programação estão agendadas palestras com representantes da diretoria da Abic, entre eles o diretor executivo da instituição, Nathan Herszkowicz.

Norma técnica

Outro tema que será debatido pelos industriais do setor na segunda-feira é uma nova norma técnica que o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pretende implementar, exigindo uma qualidade mínima para o café.

Essa normatização que vem sendo elaborada pelo Mapa estabelece que só poderão ser comercializados os cafés que obtiverem nota mínima de 4 numa escala de 0 a 10. A análise será feita por provadores e classificadores de uma rede de laboratórios credenciados que serão treinados pelo Ministério e pela Abic através de um curso de classificação e especialização na prova de café.

Além da nota 4, a norma técnica estabelece que o pó de café comercializado deve ter umidade de no máximo 5% e impurezas que fiquem abaixo de 1%. Segundo Egídio Malanquini, um dos termos da norma técnica que será questionado pela indústria é sobre quem será responsabilizado pela qualidade do café. “O produtor deve atender as exigências mínimas já no cultivo, senão a qualidade do produto estará comprometida. Para isso, é preciso treinar e capacitar os cafeicultores”, disse.

Malanquini também acredita que deveria haver uma capacitação dos produtores rurais antes da criação desta política. “Se o café não for fornecido já com a qualidade mínima exigida, a indústria terá que procurar outros fornecedores, o que pode acarretar na escassez do produto”, declarou.

A norma técnica ainda está em processo de audiência pública. A previsão é de que esteja finalizada no mês de maio.

Programa de Qualidade do Café

Na terça-feira, dia 23, às 07h45, também na Findes, será realizado um café da manhã para divulgar o Programa de Qualidade do Café (PQC) no Espírito Santo, com a assinatura de um Termo de Cooperação Técnica.

O Termo será assinado pelas indústrias e toda a cadeia produtiva do segmento de café do Estado, pela Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Sindicato da Indústria de Panificação do Estado (Sindipães), Sindicatos dos Restaurantes, Bares e Similares do Estado (Sindbares) e Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagens do Estado (Sindihotéis). Estarão presentes representantes do governo estadual, da secretaria de agricultura, da Assembleia Legislativa, prefeitos da região de montanhas e produtores de cafés de qualidade.

O programa foi criado pela Abic em 2004 para ampliar continuamente o consumo do café, através da oferta de cafés diversificados e garantindo boas práticas nos processos de fabricação.

Uma das finalidades do PQC é informar a qualidade do café que está sendo vendido, além de permitir que o consumidor identifique o tipo de grão utilizado por cada marca, e com isso escolher o sabor que mais agrada. “Para as indústrias, é muito importante a participação neste programa porque as fábricas que atenderem suas especificações estarão automaticamente enquadradas nas novas resoluções estabelecidas pelo Mapa”, disse Egídio Malanquini.

A classificação no PQC é obtida através de auditorias nas instalações, que consiste na avaliação de itens como infraestrutura, processos de compra, armazenamento e blendagem, e análises químicas e de degustação.

A análise química identifica sete características do produto: bebida (rio, dura ou mole), sabor (suave ou intenso), corpo (leve ou encorpado), aroma (suave ou intenso), tipo de café (arábica ou conilon), moagem e torrefação. Dependendo do desempenho obtido nos testes, o café pode ser classificado em quatro categorias: não recomendável para o consumo, tradicional, superior e gourmet.

Café no Espírito Santo

O Brasil é o maior produtor de café do mundo e ocupa o segundo lugar no consumo da bebida, perdendo apenas para os Estados Unidos. Metade da produção nacional é destinada para a exportação. O Espírito Santo, com apenas 0,5% do território nacional, é o segundo colocado no ranking de cultivo do país – o primeiro é Minas Gerais. Os capixabas são líderes na produção da variedade do tipo conillon.

A cafeicultura é a principal atividade agrícola do Estado e está presente em todos os municípios, com exceção de Vitória. A atividade gera cerca de 400 mil postos de trabalho de forma direta e indireta, o que equivale a um terço da população ativa do Espírito Santo.

O cultivo de café ocupa uma área de 500 mil hectares, em 60 mil propriedades e representa 40% do PIB agrícola do Estado. Em 2008, a produção total foi de 10,3 milhões de sacas de café.

Thiago Lourenço

Iá! Comunicação

(27) 3314 - 5909

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