Cultivos de canola apresentam desenvolvimento satisfatório no Rio Grande do Sul
Com uma projeção de 134.975 hectares cultivados, a produtividade inicial está em 1.679 kg/ha
Os portos do Arco Norte aumentaram a participação nas importações de fertilizantes no primeiro semestre de 2024, fortalecendo a expansão da região na movimentação de nutrientes e sua posição como um importante centro de embarque para agricultores brasileiros.
O Brasil importou 17,8 milhões de toneladas (t) de fertilizantes entre janeiro e junho, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os portos do Arco Norte, rede de infraestrutura em torno principalmente de sete portos no Norte e Nordeste que fornece acesso mais direto a produtores de grãos do interior, receberam 3,7 milhões de t - ou 20,5pc do volume importado - aumento de aproximadamente 860.000t em comparação com o mesmo período em 2023.
A movimentação de fertilizantes nos portos do Arco Norte mais que dobrou em cinco anos. Os portos receberam 1,5 milhão de t de fertilizantes em 2020, aumentando para 1,9 milhão de t em 2021. Os volumes subiram para 2,7 milhões de t em 2022 e totalizaram 2,8 milhões de t em 2023.
O aumento do volume de fertilizantes está relacionado à quantidade mais expressiva de soja e milho que continuam sendo exportados pelos portos da região. Ao descarregar grãos e oleaginosas nos portos e quando há carga de fertilizantes no trecho de retorno, as tarifas de frete diminuem devido às melhores condições de frete-retorno. Portanto, a importação de fertilizantes pelos portos do Arco Norte ajuda a reduzir os custos logísticos.
Quando motoristas possuem carga de retorno, é possível cobrar fretes menores. Na situação contrária, quando não há carga de retorno, o valor do frete aumenta, pois viajar com o veículo vazio não é ideal e contribui para a depreciação dos caminhões.
No caso do milho, embora os volumes absolutos tenham diminuído, a participação de mercado dos portos do Arco Norte aumentou.
O Brasil exportou 8,4 milhões de t de milho no primeiro semestre de 2024, abaixo de 11,6 milhões de t no mesmo período de 2023, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Os portos do Arco Norte exportaram 4,1 milhões de t – ou 49pc do total – no primeiro semestre deste ano e 4,3 milhões de t – 36,9pc do total – nos mesmos seis meses de 2023.
Comparativamente, o porto de Santos, no estado de São Paulo, embarcou 2,3 milhões de t em 2024 – uma participação de 27pc – e 2,8 milhões de t em 2023, cerca de 24pc dos volumes de 2023.
A Argus monitora as tarifas de frete rodoviário nas rotas para o Arco Norte, acompanhando a crescente relevância da região para a logística do país. Em junho, o frete de grãos a partir de Mato Grosso, na rota Sinop-Miritituba atingiu R$278/t, mesmo nível registrado no mesmo período de 2023. O frete de fertilizantes na rota de retorno Miritituba-Sinop ficou em R$143/t neste ano, acima de R$137/t no ano passado.
Embora o primeiro semestre de 2024 não tenha tido grandes problemas logísticos, as perspectivas para o resto do ano são preocupantes, devido ao fenômeno climático La Niña, que deverá gerar um clima mais seco do que o habitual na região do Arco Norte.
A seca contribui para reduzir o nível dos rios no Norte e afeta a movimentação de cargas.
Os rios Tapajós, Madeira e Negro, que fluem para o rio Amazonas e depois deságuam no Oceano Atlântico, sofreram uma grave seca entre maio-dezembro de 2023, reduzindo os níveis dos cursos de água e impedindo a navegação de barcaças. Isso prejudicou a movimentação de cargas na região, principalmente nos portos do Pará e do Amazonas.
As secas nos rios podem ser ainda mais severas em 2024. A estação seca na Amazônia será a mais severa em 20 anos, com a região enfrentando condições climáticas extremas, aumentando a frequência e a intensidade dos focos de incêndio, segundo o governo federal. Essa situação deve levar a um redirecionamento de cargas de grãos e fertilizantes nos próximos meses, fazendo com que sejam desviados para Itaqui e outros portos do Sul e Sudeste do Brasil.
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