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Os impactos de uma janela de cultivo de soja muito extensa e os riscos dessa prática na sustentabilidade na cultura da soja serão tema do painel "A Soja de Segunda Safra", nesta quinta-feira (25/6), às 10h, durante o VII Congresso Brasileiro de Soja, evento promovido pela Embrapa, em Florianópolis (SC).
O painel será coordenado pelo chefe de pesquisa da Embrapa Soja, Ricardo Abdelnoor, e contará com a participação do representante da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT), Nery Ribas, que irá abordar o Panorama da soja de Segunda Safra na Região Central do Brasil. Para discutir como o tema está sendo avaliado no cone Sul foi convidado o representante da Iruña Sementes, do Paraguai, Claiton Rodrigues. Além disso, o agrônomo Gilberto Lopes da Costa irá tratar dos impactos da segunda safra na sustentabilidade na cultura da soja e o representante do Ministério da Agricultura, Luis Carlos Rangel irá apresentar políticas públicas para a soja de segunda safra. Também compõe o painel, a pesquisadora da Embrapa, Cláudia Godoy, que irá abordar o risco da soja de segunda safra para o controle da ferrugem asiática.
O coordenador do painel, Ricardo Abdelnoor, explica que lavouras semeadas tardiamente (como é o caso da soja de segunda safra) apresentam problemas com doenças e insetos-pragas agravados, visto o longo período contínuo com soja no campo, além de maior dificuldade no controle de plantas daninhas, o que pode comprometer a produtividade da soja, inclusive na cultura semeada na safra normal.
Uma das maiores preocupações é com a ferrugem asiática da soja, visto que as lavouras semeadas mais tarde passam a receber uma maior quantidade de inóculo do fungo P. pachyrhizi, causador da ferrugem, o que se reflete na necessidade de antecipação do controle químico e na redução do intervalo entre as aplicações. “Quanto mais tarde é feita a semeadura de soja, mais cedo ocorre a incidência da ferrugem e maior é o número de aplicações para o controle da doença”, explica a pesquisadora Cláudia Godoy. Segundo ela, em razão da alta quantidade do fungo presente no ambiente na soja semeada após janeiro, a doença tende a aparecer cedo e exigir até seis aplicações de fungicidas.
A ferrugem asiática da soja, principal doença que afeta a cultura no País, tem um custo médio de controle de cerca de US$ 2 bilhões por safra. E apesar da contribuição dos fungicidas no controle, uma redução da eficiência desses produtos vem sendo observada desde a safra 2007/08. Ensaios cooperativos realizados pelo grupo de pesquisadores do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net), em várias regiões brasileiras, mostraram redução de eficiência de alguns produtos. “Esse problema tem sido associado à seleção de populações do fungo menos sensíveis aos fungicidas”, explica a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja. “Estamos em um momento muito delicado no manejo desta doença, porque existe o risco real de perda de eficiência de fungicidas. Nossas ações vão determinar se vamos continuar com os patamares de produtividade atuais”, alerta.
Os fungicidas utilizados no controle da ferrugem pertencem a três grupos distintos: os Inibidores de desmetilação (DMI), os Inibidores da Quinona Oxidase (QoI) e os Inibidores da Succinato Desidrogenase (SDHI). Ao ser identificada no Brasil, no ano de 2001, a ferrugem asiática foi controlada com a aplicação de fungicidas dos dois primeiros grupos. “Naquela época, alguns deles apresentavam alta eficiência de controle, mesmo quando usados isoladamente”, lembra Godoy. “Atualmente os produtos isolados não apresentam boa eficiência. Por isso, recomendamos a utilização de misturas comerciais de fungicidas com diferentes mecanismos de ação”.
Cláudia Godoy explica que como o fungo causador da ferrugem se dissemina pelo vento, as medidas a serem adotadas só serão efetivas para atrasar o aparecimento de resistência se forem adotadas por todas as regiões produtores. “Por isso, há a necessidade de haver ações envolvendo todos os estados brasileiros e os países vizinhos, como Argentina, Paraguai e Bolívia”, conclui.
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