IICA fortalece esforços para garantir a segurança alimentar

O foco do trabalho foi dirigido às ações de cooperação técnica que podem limitar as consequências da pandemia no setor agroalimentar e rural da América Latina e do Caribe

27.03.2020 | 20:59 (UTC -3)
Federico Villarreal

O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) está centrando todas suas ações de cooperação técnica em apoiar os esforços que os países das Américas realizam para garantir a segurança alimentar, a sustentabilidade do agro e a resiliência dos habitantes rurais.

A determinação do Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, ante a pandemia global causada pelo novo coronavírus, estabelece que os cinco programas estratégicos do IICA (Bioeconomia e Desenvolvimento Produtivo, Desenvolvimento Territorial e Agricultura Familiar, Comércio Internacional e Integração Regional, Mudança Climática, Recursos Naturais e Gestão de Riscos Produtivos, e Sanidade Agropecuária, Inocuidade e Qualidade dos Alimentos) devem dedicar todas as suas ações à mitigação do impacto atual e futuro do coronavírus no setor agropecuário da América Latina e do Caribe (ALC).

“Estão em jogo o bem-estar e a segurança alimentar de nossas populações. A conjuntura torna indispensável mais cooperação técnica, efetiva e de excelência”, afirmou o Diretor Geral do IICA, Manuel Otero.

Mediante seu programa de Sanidade Agropecuária, Inocuidade e Qualidade dos Alimentos (SAIA), o IICA respaldará a promoção de protocolos e recomendações de manipulação de produtos agrícolas que permitam assegurar rastreabilidade e inocuidade.

O IICA colaborará também na elaboração de diagnósticos à distância dos sistemas de alerta precoce sanitários e fitossanitários de seus países membros.

“É importante fortalecer capacidades nacionais e regionais em sistemas de vigilância inteligente, gestão de risco, preparação e resposta ante emergências sanitárias e fitossanitárias, mediante incorporação de ferramentas tecnológicas e informação, as quais os produtores tenham acesso”, afirmou a especialista em SAIA do IICA, Ana Marisa Cordero.

“Promover boas práticas agrícolas e de manufatura em produção, colheita, manipulação e transporte dos alimentos é uma oportunidade para os agricultores, ao contar com uma oferta de produtos de qualidade para apoiar o abastecimento de alimentos”, acrescentou.

Também se respaldará os países em desenvolvimento de políticas territoriais com ênfases na oferta e na demanda de alimentos frescos, assim como visibilizar os produtores em como manejam suas operações, em coordenação com os ministérios encarregados da Agricultura.

“Estamos redesenhando políticas públicas que ajudem este segmento produtivo a garantir o fornecimento de alimentos e a gerar confiança da demanda pelos alimentos consumidos”, indicou Mario León, gerente do programa de Desenvolvimento Territorial e Agricultura Familiar do IICA.

O programa de Comércio Internacional e Integração Regional se centrará nos temas da diversificação de mercados e produtos com maior valor agregado e comércio eletrônico.

“Contamos com experiências e metodologias que facilitam a diversificação de mercados, para diminuir o risco da dependência de um número limitado, assim como a identificação de parceiros comerciais para favorecer cadeias produtivas que robusteçam as capacidades de exportar, para que empresas e organizações de produtores iniciem processos de exportações exitosos, uma vez que se normalize a situação”, explicou o gerente deste programa, Daniel Rodríguez.

Com governos e a agroindústria se contribuirá com estratégias de agregação de valor, processados orgânicos, comércio justo e adoção de informação comercial agrícola, com o objetivo de trocar experiências e conhecimentos, e para propiciar desde já iniciativas de recuperação comercial.

Por meio de seu programa de Mudança Climática, o IICA impulsionará ações para ressaltar a importância da gestão integral de riscos e o uso eficiente dos recursos naturais - em especial a água-, juntamente com o papel fundamental da inovação e das novas tecnologias para assegurar a recuperação do setor agropecuário posterior à pandemia, melhorando sua resiliência e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.

Mediante o programa Bioeconomia e Desenvolvimento Produtivo, se incentivará a utilização intensiva do conhecimento sobre recursos, processos, tecnologias e princípios biológicos para a produção sustentável de bens e serviços. Por exemplo, em um dos elos da produção de etanol se obtém álcool de 96°, que poderia se destinar a produzir álcool em gel.

“Cada programa aporta instrumentos, experiências e conhecimentos que nos permitirão contribuir com uma visão mais ampla do desenho das políticas agropecuárias e rurais que, agora e no futuro próximo, irão requer dos países avançar para um mundo mais seguro”, concluiu o Diretor de Cooperação Técnica do IICA, Federico Villarreal. 

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