ICAC diz que preços baixos da pluma devem persistir apesar de prever aumento no consumo

08.01.2015 | 21:59 (UTC -3)

Em seu primeiro release divulgado em 2015, a Secretaria do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC na sigla em inglês) prevê um excedente na produção mundial de pluma de aproximadamente 1,7 milhão de toneladas na temporada 2014/15, apesar do crescimento esperado no consumo da fibra de algodão. Segundo o ICAC, isso fará com que os estoques finais da safra 2014/15 atinjam 21,3 milhões t, o que representa um aumento de 9% em relação à safra 2013/14 e de 147% em relação à safra 2009/10, quando os estoques alcançaram 15 anos de baixa.

O ICAC alerta que, mesmo considerando uma produção razoavelmente baixa e um consumo maior nos próximos anos, serão necessárias várias safras para que o volume de estoque alcance um nível mais sustentável. De acordo com o órgão, os preços baixos do algodão deverão persistir enquanto o mercado se ajusta.

Até o final desta safra, os estoques mantidos fora da China deverão crescer aproximadamente 20%, chegando a cerca de 9 milhões de t ? o segundo maior volume (depois de 2004/05) nos últimos 30 anos. Boa parte desse aumento será mantida por países produtores e deverá provocar uma queda de 15% nas exportações mundiais (que deverão ser de 7,5 milhões t)

Na primavera passada, quando os produtores do Hemisfério Norte decidiram o que iriam plantar em 2014/15, os preços do algodão estavam bem mais altos em comparação com a média histórica e com os preços de culturas concorrentes como o milho. Como consequência desse quadro, a área mundial de algodão para 2014/15 é estimada em 33,5 milhões ha (um crescimento de 3%). No entanto, a produção mundial deverá cair 1%, passando para 26,1 milhões t devido à redução na produção da China e do Hemisfério Sul.

Segundo o ICAC, como resultado da redução na área de cultivo - provocada por mudanças na política chinesa e na queda dos preços domésticos da pluma -, a produção na China é projetada em 6,4 milhões t (redução de 7% em relação à safra passada).

Em resposta aos baixos preços mundiais, a produção do Brasil deverá cair aproximadamente 10%, atingindo 1,5 milhões t. Ao mesmo tempo, os baixos preços e a seca deverão provocar redução de 47% na produção da Austrália (470 mil t).

A produção da Índia, entretanto, deverá permanecer estabilizada em 6,8 milhões t devido às condições climáticas desfavoráveis, embora tenha havido um incremento de 5% na área de plantio de algodão, estimada em 12,3 milhões ha). O ICAC estima que a produção indiana deverá superar a chinesa em mais de 300 mil t, fazendo com que a Índia se torne o maior produtor mundial de fibra de algodão em 2014/15.

A produção nos Estados Unidos deverá ter uma recuperação de 23%, chegando a 3,5 milhões t, compensando parcialmente a queda na produção dos outros principais países produtores.

Ainda segundo o ICAC, os preços internacionais de algodão caíram substancialmente desde a última primavera no Hemisfério Norte, quando estavam acima de US$ 90 centavos por libra-peso, chegando a cU$70 em dezembro. Em resposta aos preços baixos, o consumo do algodão deverá crescer aproximadamente 925 mil t, chegando a 24,4 milhões t em 2014/15, depois de cair 1% em 2013/14 (23,5 milhões).

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